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Ah, o homem do campo...
Marcelo Sodré | Vice-Prefeito de Itajaí
Segunda-feira. O relógio marca 5 da manhã e o termômetro 8 graus. O vento frio da madrugada adentra a humilde casa de madeira. Lá fora, a neblina encobre a plantação e impede de avistar qualquer coisa a mais de dois palmos de distância. Tudo que se ouve é o cantar do galo cortando o silêncio. Ainda não clareou, mas já é hora de pular da cama. Seu Carlos calça a botina enquanto Dona Sônia passa o café. É o início de mais um dia. O trabalho chama lá fora.
Seu Carlos e Dona Sônia são o retrato de milhares de brasileiros e itajaienses que vivem na área rural. Têm o campo como lar e fonte de seu sustento. O trabalho é árduo e começa cedo, muitas vezes antes de raiar o dia. As mãos calejadas da enxada levam a comida pra cidade. São eles que aram a terra, semeiam, cultivam e colhem.
Que cuidam do gado e tiram o leite da vaca já no início da manhã. É graças ao esforço e dedicação de toda essa gente que a comida chega em nossa mesa.
Esse povo cheio de garra é também detentor de um conhecimento único. De um bem precioso que é passado de pai pra filho, que se aprende na prática, no dia a dia do interior. O homem do campo entende muito da natureza. Sabe valorizar a chuva, conhece a apreensão de uma estiagem. Ele entende que há plantas que precisam do frio, e outras do calor. O homem do campo entende muito da vida. Sabe que há hora de plantar e hora de colher, que tudo são ciclos. Ele sabe esperar.
Ser do interior é motivo de orgulho para muita gente, ainda que as dificuldades sejam inúmeras, e o reconhecimento pouco. É este povo que nos abastece e nos alimenta, que traz para a nossa mesa tudo que há de mais essencial. O que nos cabe é, junto a eles, lutar para que sejam cada vez mais reconhecidos e valorizados, proporcionando melhores condições de vida e de trabalho.
Em Itajaí, julho é sinônimo de Festa do Colono, evento que celebra o trabalhador e a área rural. A 35ª edição acontecerá de 26 a 29 de julho, e eu conto com a sua participação para homenagearmos esse povo a quem devemos tanto!
Meu muito obrigado ao homem do campo!