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O enredo não é inédito!
A ministra Carmem Lúcia, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), durante a inauguração de novo presídio de Formosa (GO), afirmou: “O cidadão brasileiro está cansado da ineficiência de todos nós, e cansado inclusive de nós do sistema Judiciário”. Diante do cenário político que vivemos, não há dúvida de que o povo já se encontra exausto da repetitividade das mesmas figuras políticas. O Brasil carece de renovação.
De fato, os brasileiros estão cansados e isto já foi diagnosticado por uma miríade de pesquisas de opinião e pode ser constatado em qualquer roda de conversa País afora.
Uma rápida incursão nos registros da História da Civilização proporcionará ao pesquisador, já no início da chamada Idade Contemporânea, século XVIII, o relato de um cenário político com inúmeras semelhanças com o que vem ocorrendo no Brasil atual.
A Revolução Francesa foi um movimento social e político ocorrido na França no final do século XVIII que teve por objetivo principal derrubar o Antigo Regime e instaurar um Estado democrático que representasse e assegurasse os direitos de todos os cidadãos.
Na época a situação socioeconômica era calamitosa: politicamente o Estado era absolutista (Absolutismo Monárquico); economicamente, predominavam as práticas mercantilistas que sofriam com as constantes intervenções do Estado e, na área Social, predominavam as relações de servidão uma vez que a maioria da população era camponesa.
Cerca de 250 milhões de pessoas viviam em condições miseráveis nos campos franceses, pagando altíssimos impostos a uma elite aristocrática que usufruía do luxo e da riqueza gerados pelo trabalho dos campesinos em propriedades latifundiárias, ou feudos, dos nobres. Nas áreas urbanas a situação não era muito diferente de quem vivia nas áreas rurais.
A população urbana, composta em sua maioria por assalariados de baixa renda, desempregados (excluídos) e pequenos burgueses (profissionais liberais), também arcava com pesadíssimos impostos e com um custo de vida cada vez mais elevado. Os preços em geral dos produtos sofriam reajustes constantemente e isso pesava na renda dos trabalhadores em geral – urbanos e rurais.
Já as elites, compostas por um alto clero, uma alta nobreza e, claro, a Família Real não pagavam impostos, promoviam banquetes – às custas do dinheiro público – em suma: viviam nababescamente (do requinte, da opulência, do luxo, das mordomias, ...) face a situação de miséria e pobreza da maioria da população.
A sequência dos fatos ocorridos após estas rápidas pinceladas é bastante conhecida de todos e também o seu final, com a condenação das tais elites, monarcas, nobres e lideranças revolucionárias estes, por também serem humanos, empolgaram-se com o poder e acabaram tendo o mesmo destino do rei e sua corte: a guilhotina.
Como se pode ver, a história já foi escrita uma vez.