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Gestão integrada de resíduos sólidos
Tem uma fábula que conta a história sobre uma grande queimada na floresta e todos os bichos começaram a fugir do fogo para não morrerem queimados, sendo que a única exceção era o beija-flor que voava até uma poça para coletar água, retornando com outro voo mais alto para soltar as gotículas sobre o incêndio na tentativa de apagar o fogo. O Leão - rei dos animais, que era o último a abandonar a floresta em chamas, olhou para o alto e falou: Beija-flor, eu que sou o rei dessa floresta, estou abandonando a luta porque não consigo apagar o fogo, você acha que com essas gotinhas vai conseguir? Então, o beija-flor batendo suas frágeis asas respondeu: Eu faço a minha parte. Portanto, se cada um de nós fizer a sua parte, com certeza vamos ajudar a melhorar a qualidade de vida e o equilíbrio ecológico.
Esse preâmbulo mitológico serve para despertar nossa consciência crítica ambiental. Segundo Cora Coralina: O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada. Caminhando e semeando, no fim terás o que colher. Portanto, desde a conferência Mundial sobre Meio Ambiente de 1972 até agora na Rio + 20, os pontos de partidas são apenas ícones de um marketing ecológico, tudo porque após encerrar o respectivo evento mundial, ocorre uma amnésia social.
Hoje, vamos discutir sobre uma questão-problema que faz parte integrante do nosso cotidiano: o lixo nosso de cada dia, que passou a receber um nome pomposo de resíduos sólidos. Afinal de contas, quanto uma pessoa produz de resíduos sólidos por dia? Depende dos ambientes: urbano e rural, cidades pobres e ricas; mas, a faixa de variação oscila entre 0,3 kg e 1,3 kg, misturados sob diversas formas e materiais. A gestão integrada de resíduos sólidos tem sido o grande desafio deste início do século 21, em toda sua cadeia de produção, coleta, transporte, disposição final em aterros sanitários e em usinas de reciclagem, onde os resíduos descartáveis formados pelas categorias: plástico, papel, vidro e metal recebem um destino, ambientalmente, responsável e econômico.
No dia que as prefeituras municipais implantarem um plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos com projetos em rede para coleta seletiva de lixo, compostagem orgânica, coleta diferenciada de pilhas e baterias, coleta de entulhos e restos de obras, e coleta diferenciada de contaminantes e infectantes da saúde; com certeza vai reduzir em 75% o pagamento pelos serviços das empresas que recolhe o lixo da cidade gerando danos ao meio ambiente natural, reduzindo a vida útil dos aterros, promovendo a exclusão social dos catadores de lixo, enfim, retrocedendo a sustentabilidade do município no tempo e espaço.
(*) Mestre em Educação Ambiental Universidade Federal do Mato Grosso