Por Alfa Bile - alfabile@gmail.com
Fotógrafo, poeta e escritor. Autor do livro Lume, suas obras Fine Art já decoram hotéis como Hilton e Mercure. Publicado pela National Geographic e DJI Global @alfabile | @alfabilegaleria
Publicado 19/11/2025 15:58
📸 ✍️ Por Alfa Bile – Blog VersoLuz | Jornal Diarinho
A poesia tem o poder de caber no instante aquilo que, muitas vezes, a história levou séculos para reconhecer.
Em datas como o Dia da Consciência Negra, sinto ainda mais necessidade de falar com delicadeza — e também com firmeza — sobre força, beleza, liberdade e pertencimento.
Foi desse sentimento que nasceu este haikai:
Negra pérola —
irmãos dançam livres,
orgulho de ser.
Escrever esse poema foi pensar na preciosidade que é a identidade negra, tantas vezes apagada, silenciada, ferida.
A “pérola” aqui não é metáfora de fragilidade, mas de valor: algo raro, resistente, que nasce da própria vida reinventando a dor.
Quando falo em “irmãos que dançam livres”, falo de ancestralidade, de celebração, de resistência transformada em movimento.
A dança sempre foi lugar de afirmação — do corpo, da história e do direito de existir com dignidade.
É a liberdade expressa no ritmo, no gesto, no sorriso que a opressão nunca conseguiu apagar.
E o último verso não é apenas constatação; é desejo coletivo:
orgulho de ser.
Orgulho de existir, de ocupar espaços, de deixar marcas, de continuar a caminhada que tantos começaram antes.
Este haikai é pequeno, mas carrega um universo imenso:
o brilho da pele, a força do povo negro, a alegria que sobrevive, a memória que pulsa e a história que resiste.
Que este verso seja uma reverência — e também um convite para aprendermos, ouvirmos, respeitarmos e celebrarmos.
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