Nessa fase de testes, o navio partiu do estaleiro TKMS Brasil Sul, na terça-feira passada, com cerca de 130 militares e civis a bordo. A fragata navegou pela costa catarinense, indo até o litoral sul, para avaliar o desempenho e a integração de sistemas como propulsão, geração de energia, automação e segurança.
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Também foram verificadas a performance, a estabilidade, a navegabilidade em mar aberto, além de feitos treinamentos para a tripulação da Marinha do Brasil. O objetivo foi comprovar o desempenho do navio em mar aberto, incluindo os quadros elétricos e os sistemas de alarme e segurança.
Na volta pro estaleiro, o navio deve receber os últimos sistemas de armamento e defesa, que também passarão por testes. A previsão é que a entrega da fragata para a Marinha do Brasil, em plenas condições de operação, ocorra até dezembro deste ano. Para o diretor de gestão de programas da Marinha, vice-almirante Marcelo da Silva Gomes, essa fase de aceitação no mar viabiliza a entrega de um meio seguro para a defesa do país.
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“Esse processo é fundamental para avaliar os parâmetros previstos em projeto, possibilitando ajustes em equipamentos e sistemas, correções de falhas e medição dos resultados. A conclusão será marcada pela emissão de certificados e documentos oficiais, que atestam a aptidão do navio para operar conforme as normas técnicas e legais, possibilitando sua entrega ao setor operativo”, explica.
O PFCT é um dos maiores programas de construção naval do país, com alto índice de conteúdo local, transferência de tecnologia e impacto econômico, com mais de 23 mil empregos diretos, indiretos e induzidos. O projeto integra o Novo PAC, do governo federal, no eixo de inovação para a indústria de defesa, em resposta à necessidade de modernização da esquadra brasileira.
Três fragatas em andamento
Atualmente, três das quatro fragatas do programa estão em andamento do estaleiro de Itajaí. Em julho, foi lançada a fragata Jerônimo de Albuquerque (F201), que começou a ser construída em 2023 e agora passará pelas instalações de sistemas e armamentos e os primeiros testes. A terceira embarcação, Cunha Moreira (F202), teve a produção iniciada em 2024 e passou pelo batimento de quilha em junho.
A última fragata, a Mariz e Barros (F203), começará a ser construída em 2026. A entrega das embarcações para a Marinha do Brasil segue um cronograma gradual até 2029. A construção mobiliza dois mil profissionais diretamente, com cerca de seis mil empregos indiretos e 15 mil postos de trabalho induzidos pela cadeia produtiva do setor.
As fragatas terão papel estratégico na proteção dos 5,7 milhões de quilômetros quadrados da Amazônia Azul, reforçando a capacidade de defesa nacional e a segurança das águas e infraestruturas marítimas da costa brasileira. Os navios são de alta complexidade tecnológica e capacidade de combate, com atuação para ambientes de guerra de superfície, aérea e submarina.
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A fragata Tamandaré tem 107,2 metros de comprimento por 15,95 metros de boca, com calado de 5,3 metros e altura de 20,2 metros. A embarcação tem uma capacidade de deslocamento de 3445 toneladas, podendo navegar até 25 nós, cerca de 47 km/h.