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SC concentra um em cada quatro golpes digitais do Brasil

A taxa de 904 registros por 100 mil habitantes é quase cinco vezes maior que a média nacional

Crimes virtuais disparam e especialistas explicam como criminosos agem para enganar as vítimas (Imagem Ilustrativa)
Crimes virtuais disparam e especialistas explicam como criminosos agem para enganar as vítimas (Imagem Ilustrativa)

Diariamente as pessoas protegem celulares, trancam veículos e cuidam dos pertences pessoais. Mas como se defender de um crime silencioso, invisível e cada vez mais sofisticado? Santa Catarina enfrenta uma explosão de golpes digitais e lidera o ranking nacional de estelionatos virtuais. De janeiro a dezembro de 2024, o estado registrou cerca de 72,8 mil casos, segundo o Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Isso representa 25,9% de todas as ocorrências do país — ou seja, um em cada quatro crimes desse tipo aconteceu em solo catarinense. A taxa de 904 registros por 100 mil habitantes é quase cinco vezes maior que a média nacional.

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Criminosos estão cada vez mais criativos. Todos os dias, novas fraudes surgem com formatos inesperados. Quadrilhas utilizam desde mensagens falsas no WhatsApp pedindo dinheiro, clonagem de cartões ...

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Criminosos estão cada vez mais criativos. Todos os dias, novas fraudes surgem com formatos inesperados. Quadrilhas utilizam desde mensagens falsas no WhatsApp pedindo dinheiro, clonagem de cartões e depósitos com envelopes vazios até falsos bilhetes premiados e anúncios inexistentes em sites de compras. Agora, até tecnologias de inteligência artificial, como as chamadas deep fakes — vídeos ou áudios falsos que imitam vozes e rostos —, estão sendo usadas para enganar vítimas e tornar os golpes ainda mais convincentes.

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Como os golpistas agem

Segundo o advogado Luiz Fernando Plastino, especialista em proteção de dados, os estelionatários virtuais usam informações reais vazadas da internet para parecer confiáveis. “A vítima acha que está falando com um amigo ou parente e, por isso, segue as instruções sem desconfiar”, explica. Essa manipulação psicológica é conhecida como “engenharia social”, quando o criminoso se aproveita da confiança para induzir a pessoa a entregar dinheiro ou dados pessoais.

Para evitar prejuízos, Plastino recomenda desconfiar de mensagens pedindo mudança de número de telefone ou transferências bancárias urgentes. Também é essencial não clicar em links desconhecidos, não abrir arquivos sem verificar a origem e ativar a autenticação em duas etapas em aplicativos bancários e de mensagens.

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Quem mais cai nos golpes

A Polícia Militar alerta que idosos, pessoas que saem sozinhas de bancos e casas lotéricas e clientes de e-commerce são alvos frequentes. Pequenas distrações podem transformar ações do dia a dia em risco, como aceitar trocar bilhetes premiados na rua, comprar produtos muito baratos na internet ou acreditar em promessas de dinheiro rápido.

Mesmo que a situação seja constrangedora, especialistas reforçam que é indispensável registrar boletim de ocorrência, seja em delegacias físicas ou pela Delegacia Virtual (delegaciavirtual.sc.gov.br). “É a única forma de tentar recuperar valores ou objetos perdidos e permitir que a polícia investigue os golpistas”, diz a corporação em nota.

Enquadramento criminal e representação da vítima

De acordo com a professora Jenifer Moraes, doutoranda em Direito Penal, golpes digitais podem ser enquadrados como estelionato qualificado ou furto mediante fraude. A diferença está na forma de obtenção dos bens: quando a vítima entrega algo de forma voluntária, como em transferências, configura estelionato; quando o criminoso obtém os bens sem conhecimento da vítima, como na clonagem de cartões, é furto com fraude.

Desde 2020, a lei exige que a própria vítima manifeste o desejo de processar o autor do crime — chamada de “representação criminal”. A exceção é para casos em que a vítima seja criança, idoso com mais de 70 anos, pessoa com deficiência mental ou órgão público. “Mesmo que o golpista seja identificado, sem essa formalização o caso pode ser arquivado”, explica Moraes.

Cartilha de prevenção e lema direto

Para tentar frear a escalada dos crimes, a Polícia Civil de Santa Catarina lançou uma cartilha enumerando dezenas de golpes aplicados no estado e dicas de prevenção (faça o download da cartilha no final do texto). O material alerta sobre fraudes com QR Code, boletos falsos, aluguel de imóveis inexistentes, falsos motoboys e até clonagem de voz por inteligência artificial.

Entre as principais recomendações, estão: nunca repassar códigos recebidos por SMS, desconfiar de promoções irresistíveis, evitar cliques em links desconhecidos, verificar sempre a autenticidade de boletos e não entregar cartões a terceiros.

Apesar de muitas histórias parecerem absurdas, esses crimes continuam funcionando e atingem vítimas de todas as idades. A campanha da Polícia Civil resume o alerta em uma frase curta e direta: “O golpe tá aí. Cai quem não se informa”.

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Arquivo para download:
663792_Cartilha-Prevencao-Golpes-1.pdf




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