A Havan começou a pagar funcionários que foram coagidos pelo empresário Luciano Hang a votar em Jair Bolsonaro (PL) nas eleições de 2018. O pagamento das indenizações faz parte de acordo milionário com o Ministério Público do Trabalho (MPT) pra encerrar uma ação judicial sobre crimes eleitorais apurados durante a campanha de 2018, com condenação em primeira instância pela prática abusiva.

O acordo prevê pagamento de compensação de R$ 1 mil para cerca de 15 mil empregados da empresa que faziam parte do quadro pessoal da Havan até o dia 1º de outubro de 2018. A indenização será paga com parte em dinheiro e parte em vale-compras. Outros valores deverão ser destinados a entidades sociais. A sentença inicial previa que a empresa e o empresário pagassem R$ 85 milhões por crime eleitoral.

Desde abril, funcionários ou ex-funcionários que estavam na Havan na época das eleições estão recebendo mensagens do setor de recursos humanos com orientações pro crédito de valores em conta bancária, com opções de depósito ou pix, e a retirada de vale-compras. O chamamento segue por ordem alfabética dos trabalhadores. A empresa disponibilizou o contato da central de atendimento, por meio da qual as pessoas podem confirmar as informações.

Além das indenizações, segundo o Tribunal Regional do Trabalho (TRT-SC), a Havan se comprometeu a enviar mensagem aos empregados informando que não fará mais manifestações eleitorais dentro das lojas, abrangendo enquetes e pesquisas eleitorais ou atos cívicos com cunho eleitoral. A restrição vale pra Luciano Hang, diretores e outros representantes da empresa. A companhia não se manifestou publicamente sobre o acordo.