As obras do Programa de Mobilidade Integrada Sustentável da Amfri (Promobis), que inclui o túnel entre Itajaí e Navegantes, tiveram ajuste na previsão de início. A construção do túnel, inicialmente estimada para 2026, agora tem previsão de começar em 2027, com as operações para funcionamento a partir de 2031.
“Fizemos um ajuste na previsão de início, mas sem comprometer o prazo final para entrega das obras, pois este é contratual”, explica o engenheiro João Luiz Demantova, diretor-executivo ...
“Fizemos um ajuste na previsão de início, mas sem comprometer o prazo final para entrega das obras, pois este é contratual”, explica o engenheiro João Luiz Demantova, diretor-executivo do CIM-Amfri e coordenador do Promobis. O prazo pra assinatura do financiamento com o Banco Mundial também foi ajustado de março para maio desse ano.
“É apenas uma estimativa. Continuamos os esforços para cumprir os prazos originais. A assinatura depende também de ações do Governo Federal e do Senado”, explicou. A etapa atual é de finalização da contratação da operação de crédito junto ao Banco Mundial, no aguardo das aprovações nos órgãos federais em Brasília pra assinatura.
Na segunda-feira, houve a primeira reunião do ano dos prefeitos da região. Foi aprovado o início dos trabalhos para os estudos e projetos de engenharia, que serão a próxima etapa. Também foi criada a Unidade de Coordenação do Projeto (UCP), um grupo de apoio técnico para acompanhamento das obras e ações.
Na reunião foram apresentadas imagens do projeto conceitual. O cronograma prevê que, após a assinatura do empréstimo internacional, sejam lançados os editais das primeiras contratações do programa, entre eles o da parceria público-privada pra construção do túnel imerso e os projetos executivos de outras obras do programa. O edital para o túnel ficará a cargo do governo estadual.
Arquiteto é de Itajaí
Demantova explica que a Unidade de Coordenação do Projeto (UCP) é uma exigência de todos os projetos apoiados pelo Banco Mundial. “Em síntese, é constituída por uma equipe de profissionais técnicos e operacionais que ficará responsável pela gestão da execução (escopo, tempo e custo) e acompanhamento das obras e ações, durante todo o período de implantação do Promobis”.
Os membros da UCP devem atender os requisitos técnicos acordados com o banco. As nomeações serão feitas por portarias específicas, com previsão de a equipe estar definida até fevereiro. Na reunião, o colegiado de prefeitos aprovou o nome do arquiteto Rafael Albuquerque, diretor-executivo da Secretaria de Urbanismo de Itajaí, para coordenar o grupo técnico.
Ao DIARINHO, Rafael, que é servidor efetivo da prefeitura de Itajaí, comentou que vai assumir a missão após as tratativas entre o município e o consórcio da Amfri. Depois da mudança, será definida a equipe e o cronograma de ações. “Sobre os próximos passos, nós iremos definir nas primeiras reuniões de trabalho, após a efetivação da minha cessão para o Cim-Amfri”, disse.
Integração entre as 11 cidades da região
O Promobis pretende revolucionar a mobilidade na região, integrando as 11 cidades da Amfri. Além do túnel, o projeto prevê um sistema de transporte regional com ônibus elétricos e um programa de mobilidade na orla de Balneário Camboriú, com revitalização de ruas, corredores de mobilidade elétrica e infraestrutura.
O financiamento principal, de US$ 90 milhões (em torno de R$ 550 milhões), já foi aprovado pelo Banco Mundial. As prefeituras entram com uma contrapartida de US$ 30 milhões (cerca de R$ 180 milhões). Outros R$ 213 milhões virão da iniciada privada. No final de 2024, o governo estadual anunciou investimento de US$ 24 milhões (R$ 145 milhões) para custear obras e desapropriações para o túnel.
Na semana passada, o projeto foi destaque nacional em matéria do jornal Folha de S.Paulo. A reportagem ressaltou que é inédito um túnel subaquático no Brasil, apontando a obra como solução para a crise de mobilidade na região. O secretário estadual de Articulação Internacional e Projetos Estratégicos, Paulinho Bornhausen, ouvido na matéria, comentou a repercussão, destacando a decisão do governador Jorginho Mello (PL) em abraçar o projeto.
“O significado dessa obra é singular para a região e para nosso estado. Avançaremos muitas casas na construção de infraestruturas sofisticadas e necessárias, além de atacarmos de frente a questão da mobilidade urbana do litoral catarinense que colapsou pela nossa inércia em não termos planejado mais e melhor, nos três níveis de governo, a nossa infraestrutura de mobilidade ao longo do tempo”, analisa.