Esta semana, a Meta, empresa proprietária do Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp, fez dois anúncios polêmicos. O primeiro foi o encerramento do programa de verificação de fatos. O segundo trouxe alterações nas políticas contra discurso de ódio, permitindo que termos relacionados a doenças mentais sejam associados a gênero ou orientação sexual.
"Nós permitimos alegações de doença mental ou anormalidade quando baseadas em gênero ou orientação sexual, dado o discurso político e religioso sobre transgenerismo e homossexualidade", diz a nova ...
"Nós permitimos alegações de doença mental ou anormalidade quando baseadas em gênero ou orientação sexual, dado o discurso político e religioso sobre transgenerismo e homossexualidade", diz a nova diretriz da empresa.
As mudanças já estão em vigor nos Estados Unidos e no Reino Unido. No Brasil, as políticas que aparecem nas plataformas ainda são as da atualização feita em fevereiro de 2024. Não há confirmação de quando – ou se – as novas regras serão implementadas por aqui.
A Associação Nacional de Travestis e Transexuais já protocolou uma representação contra a Meta no Ministério Público Federal (MPF). Quando o X, antigo Twitter, adotou medidas semelhantes, a entidade tomou a mesma atitude. Na época, o MPF entrou com uma ação e obrigou a rede social a restabelecer medidas de proteção à comunidade trans no Brasil. A expectativa é que a mesma decisão seja tomada no caso da Meta.
Fim da checagem de fatos
Até então, a Meta realizava a checagem de conteúdos publicados nas redes sociais. Na última terça-feira, o presidente-executivo da empresa, Mark Zuckerberg, anunciou em vídeo que a plataforma vai adotar o modelo de “notas da comunidade”, já implementado no X. Nesse sistema, os próprios usuários verificam as informações publicadas por outros internautas.
Zuckerberg afirmou que os verificadores de fatos “têm sido muito tendenciosos politicamente e destruíram mais confiança do que criaram”. Segundo ele, os modelos anteriores “calaram opiniões” e excluíram pessoas com ideias divergentes.
O empresário também destacou que a Meta vai trabalhar em parceria com o presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, para combater supostas tentativas de censura. Trump assume o cargo no dia 20 de janeiro e já prometeu que, no primeiro dia de governo, pretende “deter a loucura transgênero”.