O cirurgião plástico Hosmany Ramos, de 79 anos, foi condenado a 10 anos, cinco meses e 10 dias de reclusão por tentativa de homicídio qualificado, com recurso que impediu a defesa da vítima. O crime foi em 1º de maio de 2024, Dia do Trabalhador, durante uma negociação para compra de terrenos em Itajaí.
Hosmany usou o nome falso de Hugo Pitanguy, se apresentando como irmão do renomado cirurgião Ivo Pitanguy, para ganhar a confiança de C.J.S., de 59 anos, morador de Cabeçudas. Ele marcou ...
Hosmany usou o nome falso de Hugo Pitanguy, se apresentando como irmão do renomado cirurgião Ivo Pitanguy, para ganhar a confiança de C.J.S., de 59 anos, morador de Cabeçudas. Ele marcou uma visita para conhecer terrenos entre os bairros Praia Brava e Cabeçudas. Durante o trajeto, pediu que a vítima parasse o carro, alegando necessidade de urinar. Ao retornar, sacou um revólver Smith & Wesson calibre 32 com numeração raspada e atirou contra C.J.S.
Mesmo ferida, a vítima conseguiu desarmar o médico com a ajuda de um homem que passava pelo local. Populares seguraram Hosmany até a chegada da Polícia Militar. A vítima foi levada ao hospital Marieta Konder Bornhausen, em Itajaí, com ferimentos, mas sem risco de morte.
Hosmany permaneceu preso até o julgamento, sem direito de recorrer em liberdade.
Passado de crimes
Hosmany Ramos foi uma figura conhecida nas décadas de 1970 e 1980, com uma clientela de alto perfil, incluindo celebridades, e atuou como assistente de Ivo Pitanguy. No entanto, seu envolvimento em crimes trouxe notoriedade negativa.
O médico foi condenado a 46 anos de prisão por sequestro, roubo, tráfico de drogas e assassinato, cumprindo 35 anos na cadeia. Ele fugiu em saídas temporárias de Natal em 1996 e 2008, sendo recapturado em ambas as ocasiões. Durante os períodos foragido, escreveu livros.
Em 2009, foi preso ao tentar fugir para a Europa com passaporte falso. Seus crimes foram declarados prescritos em 2016, e ele foi libertado. Em 2017, tentou concorrer como deputado federal pelo Avante, mas foi barrado pela Lei da Ficha Limpa. No mesmo ano, retomou a carreira como cirurgião plástico, registrado no Conselho Regional de Medicina do Tocantins (CRM-TO).
Recentemente, em fevereiro de 2024, foi acusado de furtar um celular em um supermercado de Palmas (TO).
A reincidência e o histórico criminal levaram a juíza da 1ª Vara da Comarca de Itajaí a aumentar a pena do médico