Casarão está abandonado desde 2020; governo federal nunca cedeu imóvel ao município
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Casarão, no centro de Itajaí, está abandonado desde 2020 (foto: João Batista)
O casarão Nelson Seara Heusi, na rua 15 de Novembro, no centro de Itajaí, que funcionou como sede da Superintendência Regional da Polícia Federal até 2020, continua abandonado. O imóvel, já alvo de ladrões e vândalos, agora tem o terreno tomado pelo mato.
A falta de limpeza e manutenção do local gera reclamações da vizinhança, tanto pela questão da insegurança num endereço nobre da cidade como pela indefinição sobre o futuro do prédio. ...
A falta de limpeza e manutenção do local gera reclamações da vizinhança, tanto pela questão da insegurança num endereço nobre da cidade como pela indefinição sobre o futuro do prédio. O casarão tem valor histórico, construído em 1934 por Nelson Seara Heusi, e fica num terreno do governo federal, comprado em 1986 da família Heusi.
O matagal no terreno cobre a frente do imóvel e toma todo o pátio e as laterais do casarão. O cenário destoa dos imóveis da vizinhança, agora com uma preocupação a mais. Nesta semana, um dos vizinhos relatou a presença de caramujos africanos no local, que podiam ser vistos até na calçada. Os animais transmitem doenças causadas por vermes e parasitas.
Um destino para o casarão se discute desde a saída da PF do endereço. Inicialmente, o governo federal pretendia usar o prédio para sede da Superintendência do Ministério do Trabalho, o que não andou. Em paralelo, a prefeitura pediu o imóvel pra abrigar o Conservatório de Música de Itajaí, que funciona na Casa da Cultura Dide Brandão, e outro órgãos culturais, incluindo a própria Fundação Cultural de Itajaí.
O superintendente das Fundações de Itajaí, Normélio Weber, disse que o município segue aguardando uma definição da Secretaria de Patrimônio da União (SPU). Segundo Normélio, o imóvel chegou a ser transferido pro Ministério do Trabalho, mas o órgão não tem mais a pretensão de usar o local.
Com a desistência do MT, a expectativa é que o imóvel seja cedido pro município, mas não há previsão pra um desfecho desse processo.
Itajaí quer imóvel sem custo
A superintendência estadual da Secretaria do Patrimônio da União (SPU) informou que está em andamento a negociação para ceder o imóvel à Fundação Cultural de Itajaí. O imóvel estava sob responsabilidade da Polícia Federal até 2020 e foi cedido, em 2021, para instalação da Superintendência Regional do Trabalho. O MT não fez a reforma e nem transferiu suas operações para o local.
Segundo Normélio Weber, inicialmente, o Ministério do Trabalho (MT) pediu como contrapartida um terreno com sede própria para o órgão, incluindo um investimento de R$ 2 milhões na construção do espaço. Como a prefeitura não dispunha desse orçamento, a fundação decidiu recuar das tratativas.
Em outubro, a Superintendência Regional do Trabalho formalizou o pedido de reversão da cessão junto à SPU-SC, já que não tem interesse em se mudar para o casarão. Neste mês de novembro, o MT saiu do endereço na avenida Marcos Konder e mudou-se para um prédio alugado na Vila Operária.
O MT solicitou à SPU a contratação de serviços de vigilância para o imóvel. A SPU busca apoio da prefeitura para a limpeza do terreno e a contratação de serviços de manutenção para prevenir novos problemas, informou o Ministério da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, responsável pelos imóveis da União.
Atualmente, o processo para a cessão direta do terreno ao município aguarda nova avaliação do SPU. O tema também está sendo discutido pela equipe de transição do governo de Robison Coelho (PL).
Anna Carolina na Fundação Cultural
A vereadora Anna Carolina Martins (PSDB), cotada para assumir a Fundação Cultural, já acompanha o caso. A vereadora tem participado das reuniões de transição ao lado do historiador Edison d’Avila e do artista João Venceslau. “Ela perguntou sobre o prédio e demonstrou interesse em transformá-lo em um grande centro cultural. Ela questionou várias vezes sobre o andamento do processo”, informou Normélio.
Ao DIARINHO, Anna confirmou que avalia o convite pra ser a chefe das fundações. “Estou participando da transição, e a fundação deverá passar por mudanças. Se a reforma administrativa atender as expectativas, é uma possibilidade.
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