Superação
Lutador de Balneário Camboriú é campeão mundial de jiu-jitsu adaptado
Ezequiel da Luz derrotou pentacampeão em Abu Dhabi
Anderson Davi [editores@diarinho.com.br]
Balneário Camboriú tem mais um campeão mundial de jiu-jítsu, dessa vez na modalidade para adaptados. Ezequiel da Luz conquistou na última semana o título do mundial de parajiu-jítsu no World Pro, em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Na decisão, ele derrotou o brasileiro pentacampeão mundial e faixa preta, Osmary Souza.
Ezequiel pratica o esporte há um ano, competindo na categoria K4 para atletas com lesão medular. O lutador e o treinador Erik Lulikoff viajaram para Abu Dhabi para o primeiro evento internacional da sua carreira e já voltaram pra casa com a medalha de ouro no peito.
“Muito contente com essa experiência de participar do meu primeiro campeonato mundial, na minha primeira viagem internacional representando Balneário Camboriú. O World Pro é a competição de jiu-jítsu mais importante do mundo, que agrega muitos valores para os competidores e tem dado a oportunidade de visibilidade para todos que competem”, destaca sobre sua conquista.
O lutador também conta como foi a luta final, quando desbancou o favorito de sua categoria. “Foi uma luta duríssima. Eu tive a sorte de ter como coach o meu professor Erik, que me auxiliou todo tempo dando as coordenadas do que eu deveria fazer a cada etapa da luta, porque na hora ali a gente fica muito nervoso, então os comandos dele foram importantíssimos para que eu pudesse lograr êxito nessa luta e me tornar campeão mundial”, relembra.
Vida no esporte
O interesse de Ezequiel pelo jiu-jítsu adaptado iniciou em setembro do ano passado e ele contou com o apoio da Fundação Municipal de Esportes (FME) para encontrar um professor que o auxiliasse nos treinos.
“O parajiu-jítsu era novidade, tanto pra mim, quanto pro professor Erik. Apesar de 15 anos no jiu-jítsu e ser faixa preta, ele nunca tinha tido um aluno com deficiência para adaptar os treinos e auxiliar os comandos adaptados dessa modalidade. A nossa parceria foi crescendo, a gente persistiu e agora estamos colhendo os frutos daquilo que a gente plantou lá atrás”, comenta o atleta, que busca inspirar mais pessoas com deficiência.
O esporte já fazia parte da vida de Ezequiel, que é paratleta de atletismo da FME e está no quinto período da faculdade de educação física. O próximo desafio já está marcado. Ele vai encarar o Iron Man 70.3, em Aracaju (SE), sendo a única dupla inclusiva do Brasil ao lado do guia Mário Alves, do projeto Corrida Acessível.