A Defesa Civil de Itajaí bloqueou os acessos aos blocos A, B e C do residencial Jomar, no bairro Murta. O local está interditado desde agosto, mas algumas famílias ainda resistiam em sair por não terem para onde ir. Na manhã desta segunda-feira, uma força-tarefa constatou que todas as 48 famílias já haviam deixado os blocos interditados, e os acessos e o estacionamento foram bloqueados para impedir a entrada de qualquer pessoa. Seis famílias terão direito ao auxílio-moradia.
Para garantir a segurança, equipes da secretaria de Obras construíram uma barreira no estacionamento e lacraram todas as entradas dos prédios. Na mesma manhã, a força-tarefa ajudou os ...
Para garantir a segurança, equipes da secretaria de Obras construíram uma barreira no estacionamento e lacraram todas as entradas dos prédios. Na mesma manhã, a força-tarefa ajudou os moradores a retirarem seus pertences. Participaram da operação a Defesa Civil, o Conselho Tutelar e as Secretarias de Desenvolvimento Urbano, Assistência Social, Segurança e Obras.
Como todos os moradores já tinham saído, não houve necessidade de encaminhá-los ao abrigo do município. Embora o empreendimento seja de responsabilidade de uma empresa privada, a prefeitura continuará prestando auxílio às famílias enquanto elas buscam seus direitos na Justiça.
Segundo a assistente social da Diretoria de Habitação e Regularização Fundiária, seis famílias identificadas em levantamento socioeconômico receberão o auxílio-moradia. O processo está em andamento, pois é necessário aprovar a documentação. Caso alguma outra família precise de abrigo, deve acionar a Defesa Civil. “A situação é grave, mas todos já deixaram o local e continuaremos auxiliando até que a Justiça determine os próximos passos”, afirmou Djan Dinis de Souza, diretor de Regularização Fundiária.
Caso na justiça
A interdição dos blocos foi motivada por um laudo técnico da Caixa Econômica Federal, que apontou anomalias estruturais graves, como inclinação e desalinhamento das fachadas dos blocos A, B e C. Mesmo com o risco de desabamento, algumas famílias se recusaram a sair, e o Ministério Público precisou intervir para garantir a desocupação.
O problema surgiu este ano, mas desde 2022 os moradores lutam na Justiça para que a construtora Planta e Obra Construção e a Caixa reformem os blocos. Eles pediram liminar para os reparos emergenciais, mas a tutela antecipada foi negada.
A advogada da construtora não respondeu aos questionamentos do DIARINHO. Já a Caixa notificou a construtora e encaminhou o laudo à Defesa Civil, que resultou na interdição. A Caixa orienta os mutuários a acionarem a seguradora para análise e cobertura dos danos ao imóvel.