Padilha é acusado de falsidade ideológica, apropriação indevida de recursos e atuação fraudulenta em cargo público.

A prisão foi feita pelos agentes do Gaeco na sede da Defesa Civil e também no comércio do acusado. Os agentes cumpriram três mandados de busca e apreensão.

A esposa de Padilha, nome não divulgado, também teria sido detida em razão da investigação.

De acordo com o Ministério Público, Padilha, ainda no comando da Defesa Civil, liderava o setor responsável por fiscalizar o cumprimento das penas alternativas de apenados da unidade prisional do bairro Vila Nova, em Barra Velha.

Ele teria deixado de supervisionar o cumprimento das sanções e atestava de maneira irregular o cumprimento de horas devidas, mediante pagamento de “valores ilícitos”, sem que os beneficiários tivessem efetivamente prestado suas obrigações ou serviços comunitários.

Segundo apurou o DIARINHO, até 2019 a função de monitorar a condição dos apenados inicialmente era atribuída a uma associação de moradores do bairro Quinta dos Açorianos, que se valia do trabalho de vários deles, por exemplo, para prestação de serviços numa horta comunitária – tarefa executada meses antes do início da pandemia da covid-19.

No início do mandato de Douglas da Costa, a associação saiu de cena e devolveu a documentação. Foi aí que as suspeitas de irregularidades começaram.

Inicialmente, seriam os bombeiros voluntários a assumir a prestação dos serviços, mas a Defesa Civil passou a integrar a parceria com o Fórum da Comarca.

Os problemas só aumentavam. Padilha não era encontrado na Defesa Civil, e ainda sobre ele pesam acusações de uso indevido do veículo da Defesa e até de assédio sexual contra moradoras da cidade – caso denunciado pelo DIARINHO em outubro de 2023.

Na época, a vítima, A.P.K.M., de 33 anos, fez boletim de ocorrência contra Padilha, acusando-o de assédio – denúncia também feita por outras mulheres.

Segundo A., ele a teria assediado sexualmente dentro de uma sala da Vigilância Sanitária de Barra Velha em 15 de dezembro de 2021 – fato que rendeu ameaças à vítima.

Cerca de seis meses depois, em maio de 2022, A. novamente se deparou com o abusador – desta vez, dentro de um salão de baile no bairro São Cristóvão. Segundo a denúncia, ele tentou agredi-la na ocasião e acabou contido pelos seguranças.

Na época, a assessoria do então prefeito Douglas (preso em janeiro deste ano, em decorrência da Operação Travessia, também do Gaeco e do MPSC), alegou que não tinha recebido denúncia oficial contra Padilha, mas que “tomaria providências” caso as acusações fossem confirmadas.

Jonathan foi exonerado da função logo que Daniel Cunha (PSD) assumiu a função de prefeito em exercício, também em janeiro deste ano.