Região
Protetora independente denuncia administração de abrigo animal de Penha e Piçarras
Surto viral e falta de cuidado dos animais deixaram ativista preocupada
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Uma protetora independente decidiu trazer a público uma denúncia contra a gestão do abrigo animal do Grupo de Operações e Resgate (GOR) de Balneário Piçarras, que também atende os animais vindos de Penha. A ativista entrou em contato com o DIARINHO na última semana para expor o caso.
A primeira denúncia se refere à situação descoberta pela protetora após ter levado para casa uma das cachorrinhas do abrigo, no final de 2023. A doguinha foi levada ao veterinário, que a diagnosticou com Cinomose. Porém, a realidade era de um surto generalizado. Foi constatado que muitos dos animais do abrigo também estavam com o vírus, que é conhecido por ser altamente contagioso. Com isso, o abrigo teve que ser isolado por 60 dias e nenhum animal poderia entrar ou sair.
Segundo a prefeitura de Balneário Piçarras, o prazo de isolamento foi cumprido. No dia 7 de fevereiro, os animais do abrigo foram testados novamente, e foi constatado que estavam saudáveis, segundo a prefeitura. Desde então, o espaço voltou à ativa.
Pedro Henrique da Silva, presidente do GOR, explica que o grupo está ciente do caso e inclusive visitou o abrigo duas vezes por conta do surto viral. “Referente ao caso de cinomose, assim como diversos abrigos e clínicas que tem uma rotatividade muito grande de animais, é praticamente inevitável não ter a cinomose. Muitas vezes os animais estão assintomáticos e só manifestam a doença quando a imunidade baixa”, explica Pedro.
O presidente ainda ressalta que o médico veterinário responsável pode atender os animais do abrigo de cada cidade é contratado pela prefeitura. Logo, cabe ao veterinário designado pelo município constatar ou não a situação de maus-tratos. “Nós apenas somos responsáveis pelo transporte e acolhimento do animal recolhido”, pontua.
“A queixa é relacionada à forma que eles estão trabalhando. Teve essa questão do isolamento, que só foi feito porque eu fiz a denúncia. Teve agora a questão do animal em situação de maus-tratos, da qual eles alegaram que não era”, acrescenta a protetora.
O caso de maus-tratos citado pela ativista teria sido denunciado na semana passada. O GOR foi acionado para o resgate de uma mãe e um filhote de cachorro na avenida geral da Santa Lídia, em Penha, que estavam presos na laje de uma casa sem comida.
Segundo a protetora, não foi constatada a situação de maus-tratos. Porém, a mulher acolheu o filhote, e descobriu que o doguinho estava com a córnea furada, e com sarna no ouvido, além de verminose, anemia e pulgas. “Uma córnea furada e eles não detectaram que isso é maus-tratos? A lei diz que tem que levar o animal para o veterinário, que a falta de socorro ao veterinário configura maus-tratos, é essa a denúncia”, acusa a protetora.
A mulher ainda acrescenta que a denúncia também é sobre a falta de fiscalização dos municípios em relação à empresa contratada, que ao seu ver “não possui nenhum conhecimento técnico do assunto”.
Contraponto
A prefeitura de Penha nega a situação de maus-tratos e afirma que o GOR foi até a residência denunciada em três dias. No dia 26 de fevereiro, foi constatado que os animais realmente estavam na laje, mas que estavam bem. O grupo então solicitou que os tutores retirassem os animais da laje, para sua segurança e bem-estar.
No dia 27 de fevereiro, após novas denúncias, o GOR foi novamente até o local acompanhado do veterinário responsável. Foi constatado que os animais não estavam na laje e que os tutores haviam cumprido as orientações do primeiro dia.
No dia seguinte, 28 de fevereiro, o GOR recebeu uma foto da cadela na laje e as equipes retornaram mais uma vez ao local. Chegando lá, foi constatado que os animais estavam no local e todos estavam sadios, tendo água, comida e abrigo.
“Os animais foram examinados e inspecionados por mim, todos livres de ectoparasitas, escore corporal ideal, sem nenhum tipo de patologia, animais sadios, alimentação e água livre para todos, local adequado para dormirem, protegido do sol e de chuva, proprietário ainda mostrou que realizava administração de suplementos em cadela, durante o período de amamentação”, consta o relatório do médico veterinário responsável.
 
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