Mortes dos quatro jovens

Equipamento “caseiro” causou vazamento de gás em BMW

Polícia Civil ainda vai ouvir mecânicos de Goiás antes de indiciar possíveis responsáveis

Polícia Civil vai indiciar os fabricantes da peça por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar (Foto: Arquivo)
Polícia Civil vai indiciar os fabricantes da peça por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar (Foto: Arquivo)

Um equipamento “caseiro”, fabricado em uma oficina de Aparecida de Goiânia (GO), foi o que causou o vazamento do gás de monóxido de carbono que resultou na morte de quatro jovens no dia 1º de janeiro no estacionamento da rodoviária de Balneário Camboriú. Em entrevista coletiva  nesta sexta-feira, a Polícia Civil deu detalhes do caso e apresentou o resultado da perícia da Polícia Científica.
No carro estavam Gustavo Pereira Elias, de 24 anos, Karla Aparecida dos Santos, de 19 anos, Nicolas Oliveira Kovaleski, de 16 anos, e Thiago de Lima Ribeiro, de 21 anos.
De acordo com o delegado da Divisão de Investigação Criminal (DIC) de BC, Vicente Soares, a troca da peça foi feita em julho, na própria oficina que a fabricou. O equipamento, chamado de downpipe, substituiu o catalisador, responsável por converter os gases poluentes emitidos pelo motor. Porém, ao contrário do original, o downpipe não absorve os gases.
O dono da oficina já foi ouvido pela polícia. Nos próximos dias, a Polícia Civil vai ouvir também os mecânicos que fabricaram a peça. A BMW tinha passado por outras três modificações antes, em Belo Horizonte.
Com base nas testemunhas, a Polícia Civil pode indiciar os fabricantes por homicídio culposo, quando não há a intenção de matar. O “downpipe” é usado para dar mais potência e mais barulho ao escapamento do carro. A perícia identificou que a peça estava rachada em duas partes e por isso liberou os gases para a grade que segue para o ar-condicionado, por onde os jovens foram intoxicados ao ficarem cerca de seis horas expostos ao monóxido de carbono.
A BMW foi usada na viagem deles de Paracatu (MG) até Florianópolis, no dia 23. Eles continuaram rodando com o carro na capital catarinense e na tarde do dia 31 foram para Balneário Camboriú, sem nenhum sintoma de intoxicação neste período. 
No trajeto até BC, o motorista Thiago teria notado que o carro estava “engasgando”. Eles chegaram a parar o veículo e depois retomaram a viagem. Em Balneário, o grupo assistiu à queima de fogos na orla com outros familiares e por volta de 1h20 se deslocou para a rodoviária. 
Neste trajeto, que durou cerca de duas horas devido ao trânsito, teria iniciado a intoxicação pelo gás de monóxido de carbono. Como haviam comido um cachorro-quente durante a noite, os quatro ocupantes do carro acharam que o mal-estar se tratava de uma intoxicação alimentar. Na rodoviária, eles encontraram Giovana, namorada de Gustavo, que havia chegado de Brasília. 
Eles decidiram então que iriam descansar para melhorar da intoxicação antes de viajar, enquanto Giovana preferiu ficar fora do carro para dar mais espaço aos demais. Por volta de 7h15, ela notou que os quatro não estavam mais respirando e o Samu foi acionado. 
O tempo até a chegada do socorro foi de 10 minutos, mas as quatro pessoas já estavam mortas.

 

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Sintomas de asfixia

Durante a coletiva, a Polícia Científica apresentou os diferentes pontos da perícia feita no veículo e também dos exames nos corpos dos jovens. Eles apresentavam sintomas de morte por asfixia e o sangue em cor viva chamou a atenção para a possível contaminação por monóxido de carbono. 
De acordo com o laudo, três dos jovens apresentavam cerca de 50% de concentração de monóxido de carbono no sangue e outro tinha 49%, sendo que a concentração de 40% já é suficiente para causar a morte. Por ser um gás inodoro e incolor, ele causa uma intoxicação silenciosa. 
De acordo com o delegado geral da Polícia Civil, Ulisses Gabriel, no estado em que os jovens estavam, uma transfusão de sangue seria a única alternativa para tentar salvar a vida deles, caso fosse identificada a intoxicação a tempo. 
Já a perícia do carro identificou altos índices de monóxido de carbono em vários testes realizados no veículo, tanto na parte mecânica, quanto na área interna da BMW.   
Os mesmos testes foram realizados no modelo original de fábrica, cedido pela concessionária da BMW e os resultados foram todos zero para o mesmo gás.






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