Também houve o cumprimento de 12 ordens de busca e apreensão em imóveis de Itajaí e Navegantes e a apreensão de R$ 225 mil em dinheiro vivo.

vogado foi alvo de buscas, assim como a casa do contador e um apartamento comprado pelo advogado no luxuoso edifício Cézanne, na praça da Beira Rio.

Uma loja de roupa infantis em Navegantes, que teria sido financiada pelo tráfico, também foi alvo da fiscalização. Também houve buscas no apartamento do advogado, onde foram apreendidos o dinheiro e dois carros de luxo.

Além das ordens judiciais, expedidas pela Justiça Federal, foi decretado o bloqueio e a indisponibilidade de todos os bens móveis, imóveis e contas bancárias dos investigados. A estimativa de valor do sequestro é de R$ 130 milhões.

O delegado responsável pelo caso, Ênio Bianospino, informou que o advogado e os irmãos PMs não participavam do tráfico, mas agiam na estruturação da lavagem de dinheiro da quadrilha. “Ele [o advogado] recebia os recursos em espécie ou em contas de empresas fantasmas que ele montou em nome de seus parentes, como os irmãos, sogros e sogras”, explicou.  O “dinheiro limpo” voltava para o bando e era usado na compra de embarcações, como jet-ski e iates, fazendas e apartamentos, além de carros de luxo.

O advogado também montou uma construtora em Navegantes. Um prédio foi erguido pela incorporadora e teve vários apartamentos comercializados. O último investimento do bando foi a compra do apartamento no edifício Cézanne que custou R$ 7 milhões.

Casal de narcotraficantes

Um casal de traficantes que é investigado desde 2020 também teve a prisão decretada pela PF. Eles já foram presos em 2020, mas conseguiram uma decisão judicial para responder o processo em liberdade e desde então estão  foragidos. Nesta quarta-feira não foram localizados pela PF.

O casal era encarregado de enviar drogas para a Europa através de navios de contêineres. Eles mandaram os entorpecentes, principalmente cocaína, para países como Itália, Espanha e França, além dos EUA. “O tráfico de drogas com destino ao primeiro mundo é altamente lucrativo. Esse dinheiro precisa  primeiro ser limpo e depois consumido pelos traficantes. Como são milhões, a  maioria era investida na região na compra de imóveis e em empresas”, finalizou o delegado.

Presos eram investigados em outras operações da PF

Assim como o casal de traficantes, outros envolvidos na operação já foram investigados em outras operações da Polícia Federal, entre elas a Operação Alba Virus em  2019, Operação Narcobroker e Operação 8º Mandamento em 2020, Operação B.C. Laundry em 2022 e Operação Habeas Pater deste ano.

Os investigados responderão pelos crimes de organização criminosa e lavagem de dinheiro, cujas penas somadas podem chegar a 38 anos de prisão. A operação recebeu o nome de Best Seller - fazendo referência ao advogado escritor que publicou um livro.

Segundo a Polícia Militar, os irmãos PMs respondem processo administrativo pelo envolvimento com o tráfico de drogas.