Presa por tráfico de drogas na Indonésia em janeiro, a catarinense Manuela Vitória de Araújo Farias, de 19 anos, será interrogada no dia 2 de maio, segundo informou a defesa ao jornal O Globo. A brasileira pode ser condenada à morte ou à prisão perpétua, conforme a legislação do país contra traficantes.

As autoridades da Indonésia já ouviram as testemunhas de defesa no dia 18 de abril. Antes, no dia 11, quatro oficiais da alfândega e dois policiais, que são testemunhas de acusação, foram ouvidos em uma audiência de instrução e julgamento. Conforme o advogado da brasileira, o processo está em fase de depoimentos e produção de provas até que seja dada a sentença, ainda sem data prevista.

Manuela foi presa com quase 4 kg de cocaína no aeroporto internacional de Bali. A droga foi encontrada escondida nas malas da brasileira ao passar pelo controle de raio-x. A defesa alega que a jovem não é traficante e foi enganada e usada como “mula” do tráfico por uma organização criminosa de Santa Catarina. Em troca do transporte das bagagens, sem saber dos pacotes de droga, ela teria recebido a promessa de entrar numa escola de surfe na Indonésia.

Após ser flagrada no aeroporto, Manuela foi indiciada por tráfico de drogas no dia 27 de janeiro. A denúncia do Ministério Público foi aceita pela justiça e a jovem se tornou ré em processo judicial. A brasileira morava no Pará, onde o pai mora, e em Santa Catarina, onde morava com a mãe atualmente. No estado, ela trabalhava como vendedora de roupas e perfumes.

A viagem para a Indonésia seria pra passar o Réveillon na ilha de Bali com um namorado de Portugal, segundo o que contou à família, mas ela chegou sozinha ao país asiático. Se condenada por tráfico, Manuela deve pegar ao menos cinco anos de prisão, mas a legislação da Indonésia prevê até a pena de morte para esse crime.

Indonésia já executou brasileiros

Em 2015, a Indonésia executou dois brasileiros condenados por tráfico. Rodrigo Muxfeldt Gularte, de 42 anos, e Marco Archer Cardoso Moreira, de 53, foram fuzilados após tentarem entrar com drogas no país. A pena de morte aconteceu apesar dos esforços das defesas dos brasileiros e do governo federal, que tentou repatriar os acusados.