Desvio de dinheiro

Pais do menino Jonatas são condenados a 70 anos de prisão

Justiça constatou que Renato e Aline usaram dinheiro da campanha AME Jonatas pra benefício próprio

Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]

Casal foi condenado por estelionato e apropriação indébita do dinheiro da campanha

(foto: REPRODUÇÃO FACEBOOK)
Casal foi condenado por estelionato e apropriação indébita do dinheiro da campanha (foto: REPRODUÇÃO FACEBOOK)
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Renato e Aline Openkoski, pais do menino Jonatas e responsáveis pela campanha AME Jonatas, foram condenados a 70 anos de prisão em regime fechado por estelionato e apropriação indébita - a Justiça reconheceu que eles usavam o dinheiro da campanha para fins pessoais. A sentença do juiz Paulo Eduardo Huergo Farah, da 4ª Vara Criminal de Joinville, também descreve para onde o dinheiro e os bens arrecadados pela família devem ser destinados.

Renato foi condenado a 44 anos e 29 dias de reclusão em regime fechado. Já Aline foi condenada a 26 anos, 11 meses e 13 dias de prisão. Além das penas privativas de liberdade, o casal foi condenado pelo juiz ao pagamento de indenização mínima no valor de R$ 178.176,25.

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O valor deverá ser remetido à vítima do crime de estelionato, uma pessoa que doou um Iphone para uma rifa que nunca foi sorteada, e à entidade social que atua nos cuidados e tratamento de crianças portadoras de atrofia muscular espinhal (AME).

Sobre os bens apreendidos, o juiz determinou que os objetos de uso pessoal, como roupas, brinquedos e eletrônicos, deverão ser leiloados. “Não sendo possível a realização do leilão, doados para entidades beneficentes do município de Joinville; os bens de alto valor financeiro ou social, como, por exemplo, as camisetas e instrumentos musicais fornecidos à campanha por atletas e artistas famosos, deverão obrigatoriamente ser repassados para outras campanhas públicas assistenciais, preferencialmente para crianças que sofrem da mesma doença de Jonatas (atrofia muscular espinhal), atingindo, assim, a finalidade originária dos doadores”, decidiu o juiz.

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Já em relação ao veículo do casal, o juiz determinou a apreensão do carro e a venda antecipada, seja por meio de leilão ou venda direta. O valor arrecadado será doado a uma entidade social de Joinville que cuida de crianças deficientes. O casal pode recorrer da sentença em liberdade.

Caso marcantes

Jonatas foi diagnosticado com AME em 2017. Logo em seguida os pais iniciaram a campanha “AME Jonatas”, com o objetivo de arrecadar fundos para o tratamento de saúde do menino. O tratamento indicado para ele era a vacina Spinraza, naquela época importada dos Estados Unidos com um custo estimado de R$ 3 milhões.

Sem condições de arcar com o valor, o casal passou a divulgar a campanha nas redes sociais para arrecadar os R$ 3 milhões da vacina e para os demais custos relacionados ao tratamento.

“A referida campanha mobilizou a sociedade joinvilense e teve alcance nacional e até mesmo internacional, arrecadando - aproximadamente - o valor inicialmente desejado já nos primeiros meses de divulgação. Ocorre que, após notoriedade do caso e do vultoso valor arrecadado, apontou o Ministério Público, houve diversos fatos no sentido de que os réus mantiveram em erro apoiadores da campanha e utilizaram parte do montante arrecadado para compra de serviços e bens de uso pessoal que em nada se relacionavam ao tratamento médico”, sentenciou o juiz.

Empresa de fachada

O casal, segundo o processo, administrava também uma rede de venda de camisetas vinculada à campanha, cujo lucro deveria ser revertido em prol da vítima. O negócio serviu  de justificativa para o padrão de vida que os réus mantinham. “No tocante à empresa aberta pelos réus para a arrecadação de fundos para patrocinar as despesas de saúde de Jonatas, e não os gastos familiares, é de se observar, pelo relato da própria ré, que o faturamento da referida empresa não ultrapassou a quantia global de R$ 30 mil, tendo em vista que pouco tempo ‘durou no mercado’, distanciando-se, em muito, dos gastos efetuados pelos réus se formos levar em consideração somente os fatos narrados aqui no processo, sendo certo que tantas outras despesas por eles efetuadas com o dinheiro indevidamente apropriado da vítima não constam aqui no processo”, concluiu o juiz em sua sentença.

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Bens vliosos serão leiloados

Entre os diversos itens que foram apreendidos e devem ir a leilão ou doação estão aparelhos eletrônicos como smartphones, notebooks, TVs, tablet, máquinas fotográficas, videogame, além de relógios, perfumes, camisetas de futebol, joias, roupas, mochilas e até um revólver fake. A lista cita, ao todo, 74 itens apreendidos com o casal - muitos deles doados por terceiros de boa fé para serem rifados na campanha.

 

Jonatas morreu aos cinco anos

Jonatas morreu aos cinco anos no mês de janeiro deste ano

Jonatas acabou falecendo em janeiro deste ano

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O pequeno Jonatas Openkoski foi diagnosticado com atrofia muscular espinhal (AME) logo após seu nascimento, em 2017. Os pais criaram a campanha AME Jonatas para arrecadar dinheiro para o tratamento.

O menino ficou conhecido internacionalmente por causa de sua luta contra a doença, que mobilizou inclusive famosos de todo o país. Celebridades, jogadores de futebol e artistas famosos deram apoio à família.

O objetivo era comprar a vacina Spinraza, naquela época importada dos Estados Unidos a um custo estimado de R$ 3 milhões. No dia 24 de janeiro deste ano, contudo, Jonatas não resistiu à doença e faleceu aos cinco anos. Ele sofreu uma parada cardíaca em casa.




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