OLHO NO CARRINHO
Venda de produtos de higiene e limpeza é turbinada
Cuidados com a roupa representam quase 40% da venda de produtos de limpeza
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Se teve um setor da economia que bombou durante a pandemia foi o de itens de higiene e limpeza. A indústria teve que dobrar a produção para atender a demanda por sanitizantes, detergentes e álcool gel. Já o atacado aproveitou o boom na procura para incrementar as vendas com uma variedade maior de produtos e embalagens econômicas de até 5kg que ganham cada vez mais destaque nos atacarejos.
Um exemplo vem de São Miguel do Oeste, onde fica a loja do presidente da Associação Catarinense de Supermercados, Francisco Crestani. Ele abriu o supermercado em 1984 depois de trabalhar na rede Zafari. Em 2018, vendo a tendência do atacarejo se fortalecer, começou a procurar áreas para montar a nova empresa. E quando inaugurou a Bonno, em 2020, viveu o boom das vendas por tudo que pudesse neutralizar o coronavirus.
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“As pessoas estavam muito preocupadas com a higiene da casa, do corrimão, das superfícies, das próprias compras, então foi um período de venda de água sanitária e desinfetante como nunca se viu. E mesmo agora, passada a pandemia, as pessoas continuam se cuidando mais”, analisa. Ele disse ainda que embalagens com maior quantidade de produto passaram a ser mais procuradas por causa da melhor relação custo x benefício.
“Um galão de cinco litros de amaciante usa a mesma tampa da embalagem de dois litros, então gera economia para a indústria e margem para nosso preço ser mais competitivo”, explica. Em relação ao meio ambiente, também é vantajoso, pois gera menos plástico. Uma embalagem de 5 litros de detergente substitui 20 embalagens de 500ml.
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Brasil está em quinto lugar no consumo de produtos de limpeza
Segundo a Euromonitor, entidade que pesquisa consumo de bens e serviços, em 2021, o Brasil assumiu o quinto lugar em consumo de produtos de limpeza, um crescimento de 8,4% em relação ao ano anterior, movimentando R$ 31 bilhões. Os cuidados com a louça e lavagem de mãos cresceu 10,4%. Na frente do Brasil estão os EUA, China, Japão e Alemanha.
Segundo o presidente da Acats, para se diferenciar no mercado competitivo dos atacarejos é preciso oferecer novidades. “Uma tendência em alta é a dos produtos concentrados, como sabão líquido e amaciante, que são mais leves e rendem o mesmo que as grandes”. Outra tendência é de “wipes” de limpeza, lenços embebidos com diferentes soluções químicas para passar em móveis, pias, tênis e até grelhas engorduradas.
Déficit no setor
O setor é responsável por 89 mil postos de trabalho em Santa Catarina. Há inclusive, déficit de duas mil vagas. A dificuldade, segundo Francisco, é encontrar quem não se importe de trabalhar de segunda a segunda. “Damos um dia de folga por semana e dois domingos, mas a maioria procura empregos com fim de semana livre”, lamenta.