BARBARIDADE

Pesquisa garante economia de mais de 400% na compra de saco de lixo

Preço do rolo de 15 litros pode variar de R$ 20,50 a R$ 3,99 em diferentes redes de atacados

Venda de água sanitária  bombou durante a pandemia
Venda de água sanitária bombou durante a pandemia
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Por Renata Rosa
Especial para o DIARINHO

Se alguém tinha dúvida que comparar preços faz o dinheiro render, depois da pesquisa que o DIARINHO fez no setor de limpeza dos atacadões, não terá mais dúvida. Foi a categoria de produto que mais apresentou disparidade de um estabelecimento para o outro.

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O maior contraste foi no rolo de saco de lixo de 15 litros (100 uni), que estava custando R$ 20,50 no Brasil Atacadista, na Brava, e R$ 3,99 no Atacadão, do Cidade Nova. Ou seja, com a mesma grana da compra na primeira loja, era possível comprar cinco unidades na segunda (413,78%).

Esta foi a pesquisa que apresentou maior quantidade de produtos com diferença de preço de mais de 100% (12).

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Também pesquisamos:  tolha de limpeza (287,62%), escovão (187,29%), multiuso 500ml (150,53%), esponja de louça c/4 (140,46%), pedra sanitária (136,09%), sabão líquido 3L (118,82%), sabão em pó 4kg (117,90%), escova de vaso (109,08%), sabão em barra c/5 (108,15%), luva (105,26%) e tira-mancha 1,5L (101,12%).

Uma das estratégias para conseguir bons preços no atacarejo, além da compra em  quantidade, é disponibilizar, ao lado da marca famosa, similares com precinho camarada. É ali que é possível fazer uma promoção para conquistar a clientela.

Atacados

O atacado que ofereceu mais produtos com o melhor preço foi o Atacadão (9), seguido de Fort (8), Maxxi (7), Komprão (6) e Brasil Atacadista (3). A coleta foi realizada nos dias 5 e 6 de outubro.

O Atacadão fica no bairro Cidade Nova, assim como o Maxxi Atacado.

Já o Fort pesquisado pelo DIARINHO foi a unidade do centro de Itajaí, mas a rede do Grupo Pereira tem filiais também no São João e no bairro Cordeiros.

O Brasil Atacadista fica  na Brava, entre Itajaí e Balneário Camboriú, e o Komprão inaugurou sua loja recentemente no bairro Ressacada.

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Cinco atacados de Itajaí foram visitados na pesquisa de preços do DIARINHO

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agência de faxinas

Camila resgatou know-how familiar para empreender em tempos de vacas magras

Camila explica que limpar a casa exige muito estudo e pesquisa

Camila explica que limpar a casa exige muito estudo e pesquisa

 

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Quando ficou sem emprego em 2017, Camila Machado, 37, pensou o que poderia fazer para pagar os boletos. Ela era casada, tinha uma filha e sua única experiência era em compras de materiais para lojas do setor elétrico, mas as vagas tinham minguado. Então teve a ideia de aprender a limpar casa de forma profissional, e para isso, pediu para fazer estágio não remunerado nas vizinhas.

“Eu limpei a casa umas três vezes, de graça, para identificar as necessidades de cada uma, os utensílios e produtos para fazer uma boa faxina, e definir prioridades de acordo com o que o cliente pode pagar”, explica. Mas para dar suporte ao laboratório, Camila começou a pesquisar nos sebos livros como “Casa limpa, roupa lavada, comida na mesa”, do Senac e “Sebastiana Quebra-galho”. “Eu sou a louca dos livros, sempre vou na biblioteca buscar coisa nova”, revela.

A maior fonte de inspiração foi a vó de 96 anos, que até os 84 trabalhou como empregada doméstica. A tia também começou a fazer faxina após a aposentadoria para complementar a renda e por gostar de ver a casa arrumada. “Eu não tenho vergonha de ser diarista. E como sempre gostei de pesquisar preço, desde quando ia ao mercado com meu pai, unir as duas coisas foi algo natural”, diz Camila, que vive nos atacadões a procura do melhor preço.

Em apenas três anos, a agência Santas da Limpeza reúne 40 profissionais que atendem clientes de Barra Velha a Camboriú e também em Blumenau e Brusque. Os preços variam de R$ 99 a R$ 180. A necessidade de higienizar a casa sofreu um revés no início da pandemia, mas logo as pessoas voltaram a procurar o serviço. “Quem teve covid queria desinfetar a casa”, revela.

Logística complicada

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Camila conta que a agência chegou a ter 80 profissionais em 17 cidades, mas a logística ficou complicada, pois além de fazer o agendamento, ela também “apaga incêndios”.

“Eu já acordo às 6h30 assustada. Hoje mesmo, uma das profissionais teve que levar o filho no médico. Eu ligo para justificar a falta, reagendo, e se o cliente preferir, devolvo o valor, pois o pagamento é adiantado. Já sofremos golpe, principalmente via pix”, justifica.

Camila avisa que está sempre à procura de profissionais para atender a demanda. Os critérios são: apresentar três referências, ter dois anos de experiência como faxineira ou empregada doméstica e ter mais de 25 anos. “Experiência em serviços gerais não conta porque não tem o nível de detalhe de um trabalho em ambiente doméstico”, explica.

 

Eu não tenho vergonha de ser diarista. E como sempre gostei de pesquisar preço, desde quando ia ao mercado com meu pai, unir as duas coisas foi algo natural” - CAMILA - Dona da Agência Santas da Limpeza

 

Venda de produtos de higiene e limpeza é turbinada

Cuidados com a roupa representam quase 40% da venda de produtos de limpeza

Cuidados com a roupa representam quase 40% da venda de produtos de limpeza

 

Se teve um setor da economia que bombou durante a pandemia foi o de itens de higiene e limpeza. A indústria teve que dobrar a produção para atender a demanda por sanitizantes, detergentes e álcool gel. Já o atacado aproveitou o boom na procura para incrementar as vendas com uma variedade maior de produtos e embalagens econômicas de até 5kg que ganham cada vez mais destaque nos atacarejos.

Um exemplo vem de São Miguel do Oeste, onde fica a loja do presidente da Associação Catarinense de Supermercados, Francisco Crestani. Ele abriu o supermercado em 1984 depois de trabalhar na rede Zafari. Em 2018, vendo a tendência do atacarejo se fortalecer, começou a procurar áreas para montar a nova empresa. E quando inaugurou a Bonno, em 2020, viveu o boom das vendas por tudo que pudesse neutralizar o coronavirus. 

“As pessoas estavam muito preocupadas com a higiene da casa, do corrimão, das superfícies, das próprias compras, então foi um período de venda de água sanitária e desinfetante como nunca se viu. E mesmo agora, passada a pandemia, as pessoas continuam se cuidando mais”, analisa. Ele disse ainda que embalagens com maior quantidade de produto passaram a ser mais procuradas por causa da melhor relação custo x benefício.

“Um galão de cinco litros de amaciante usa a mesma tampa da embalagem de dois litros, então gera economia para a indústria e margem para nosso preço ser mais competitivo”, explica. Em relação ao meio ambiente, também é vantajoso, pois gera menos plástico. Uma embalagem de 5 litros de detergente substitui 20 embalagens de 500ml.

Brasil está em quinto lugar no consumo de produtos de limpeza

Segundo a Euromonitor, entidade que pesquisa consumo de bens e serviços, em 2021, o Brasil assumiu o quinto lugar em consumo de produtos de limpeza, um crescimento de 8,4% em relação ao ano anterior, movimentando R$ 31 bilhões. Os cuidados com a louça e lavagem de mãos cresceu 10,4%. Na frente do Brasil estão os EUA, China, Japão e Alemanha.

Segundo o presidente da Acats, para se diferenciar no mercado competitivo dos atacarejos é preciso oferecer novidades. “Uma tendência em alta é a dos produtos concentrados, como sabão líquido e amaciante, que são mais leves e rendem o mesmo que as grandes”. Outra tendência é de “wipes” de limpeza, lenços embebidos com diferentes soluções químicas para passar em móveis, pias, tênis e até grelhas engorduradas.

Déficit no setor

O setor é responsável por 89 mil postos de trabalho em Santa Catarina. Há inclusive, déficit de duas mil vagas. A dificuldade, segundo Francisco, é encontrar quem não se importe de trabalhar de segunda a segunda. “Damos um dia de folga por semana e dois domingos, mas a maioria procura empregos com fim de semana livre”, lamenta.

 




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