Agência de faxinas
Camila resgatou know-how familiar para empreender em tempos de vacas magras
Camila explica que limpar a casa exige muito estudo e pesquisa
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]

Quando ficou sem emprego em 2017, Camila Machado, 37, pensou o que poderia fazer para pagar os boletos. Ela era casada, tinha uma filha e sua única experiência era em compras de materiais para lojas do setor elétrico, mas as vagas tinham minguado. Então teve a ideia de aprender a limpar casa de forma profissional, e para isso, pediu para fazer estágio não remunerado nas vizinhas.
“Eu limpei a casa umas três vezes, de graça, para identificar as necessidades de cada uma, os utensílios e produtos para fazer uma boa faxina, e definir prioridades de acordo com o que o cliente pode pagar”, explica. Mas para dar suporte ao laboratório, Camila começou a pesquisar nos sebos livros como “Casa limpa, roupa lavada, comida na mesa”, do Senac e “Sebastiana Quebra-galho”. “Eu sou a louca dos livros, sempre vou na biblioteca buscar coisa nova”, revela.
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A maior fonte de inspiração foi a vó de 96 anos, que até os 84 trabalhou como empregada doméstica. A tia também começou a fazer faxina após a aposentadoria para complementar a renda e por gostar de ver a casa arrumada. “Eu não tenho vergonha de ser diarista. E como sempre gostei de pesquisar preço, desde quando ia ao mercado com meu pai, unir as duas coisas foi algo natural”, diz Camila, que vive nos atacadões a procura do melhor preço.
Em apenas três anos, a agência Santas da Limpeza reúne 40 profissionais que atendem clientes de Barra Velha a Camboriú e também em Blumenau e Brusque. Os preços variam de R$ 99 a R$ 180. A necessidade de higienizar a casa sofreu um revés no início da pandemia, mas logo as pessoas voltaram a procurar o serviço. “Quem teve covid queria desinfetar a casa”, revela.
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Logística complicada
Camila conta que a agência chegou a ter 80 profissionais em 17 cidades, mas a logística ficou complicada, pois além de fazer o agendamento, ela também “apaga incêndios”.
“Eu já acordo às 6h30 assustada. Hoje mesmo, uma das profissionais teve que levar o filho no médico. Eu ligo para justificar a falta, reagendo, e se o cliente preferir, devolvo o valor, pois o pagamento é adiantado. Já sofremos golpe, principalmente via pix”, justifica.
Camila avisa que está sempre à procura de profissionais para atender a demanda. Os critérios são: apresentar três referências, ter dois anos de experiência como faxineira ou empregada doméstica e ter mais de 25 anos. “Experiência em serviços gerais não conta porque não tem o nível de detalhe de um trabalho em ambiente doméstico”, explica.
Eu não tenho vergonha de ser diarista. E como sempre gostei de pesquisar preço, desde quando ia ao mercado com meu pai, unir as duas coisas foi algo natural” - CAMILA - Dona da Agência Santas da Limpeza
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