Nunca se falou tanto sobre saúde mental como nos últimos anos e nunca se viveu tão perto do esgotamento. Em um mundo acelerado, hiperconectado e exigente, cuidar da mente deixou de ser um ato opcional para se tornar uma questão de sobrevivência. Ansiedade, depressão, burnout, pânico, insônia, irritação constante, sensação de vazio. Tudo isso deixou de ser exceção para se tornar parte da rotina emocional de milhões de pessoas. E mesmo assim, ainda há quem acredite que buscar ajuda psicológica é “coisa de quem não tem problemas de verdade” ou um privilégio restrito a poucos.
Mas a verdade é que ninguém está imune ao adoecimento mental. O corpo avisa, a mente grita, o comportamento muda e ignorar esses sinais tem custo alto. A pressão por produtividade, o culto à performance, o bombardeio de informações, as comparações constantes nas redes sociais e a ausência de pausas fazem com que a mente opere no limite. E quando falamos em “patologias modernas”, talvez estejamos apenas nomeando um sofrimento antigo que, finalmente, passou a ser reconhecido. A romantização da força também adoece. A ideia de que dar conta de tudo é sinônimo de sucesso nos distancia do essencial: reconhecer os próprios limites. Nem sempre é preciso chegar ao fundo do poço para pedir ajuda. Cuidar da mente é, antes de tudo, um ato de responsabilidade consigo e com os outros. A terapia, por exemplo, não é um espaço de conserto, mas de construção. É onde nos escutamos de verdade, sem filtros, sem máscaras. E, muitas vezes, é ali que conseguimos nomear dores que carregamos em silêncio há anos.
Falar de saúde mental vai além de diagnósticos e rótulos. Trata-se de criar espaço para sentir, para desacelerar e para existir com dignidade. A normalização do sofrimento cotidiano como se viver cansado, ansioso e no limite fosse aceitável precisa ser questionada. Não é normal viver sempre no automático, empurrando os dias sem presença, sem prazer e sem cuidado.
Não basta termos acesso à informação se ainda sentimos vergonha de demonstrar vulnerabilidade. Ainda há quem esconda seu sofrimento por medo de parecer fraco. Mas saúde emocional não é ...
Mas a verdade é que ninguém está imune ao adoecimento mental. O corpo avisa, a mente grita, o comportamento muda e ignorar esses sinais tem custo alto. A pressão por produtividade, o culto à performance, o bombardeio de informações, as comparações constantes nas redes sociais e a ausência de pausas fazem com que a mente opere no limite. E quando falamos em “patologias modernas”, talvez estejamos apenas nomeando um sofrimento antigo que, finalmente, passou a ser reconhecido. A romantização da força também adoece. A ideia de que dar conta de tudo é sinônimo de sucesso nos distancia do essencial: reconhecer os próprios limites. Nem sempre é preciso chegar ao fundo do poço para pedir ajuda. Cuidar da mente é, antes de tudo, um ato de responsabilidade consigo e com os outros. A terapia, por exemplo, não é um espaço de conserto, mas de construção. É onde nos escutamos de verdade, sem filtros, sem máscaras. E, muitas vezes, é ali que conseguimos nomear dores que carregamos em silêncio há anos.
Falar de saúde mental vai além de diagnósticos e rótulos. Trata-se de criar espaço para sentir, para desacelerar e para existir com dignidade. A normalização do sofrimento cotidiano como se viver cansado, ansioso e no limite fosse aceitável precisa ser questionada. Não é normal viver sempre no automático, empurrando os dias sem presença, sem prazer e sem cuidado.
Não basta termos acesso à informação se ainda sentimos vergonha de demonstrar vulnerabilidade. Ainda há quem esconda seu sofrimento por medo de parecer fraco. Mas saúde emocional não é ausência de dor, e sim a capacidade de reconhecê-la e buscar caminhos para lidar com ela de forma mais saudável. Precisamos, como sociedade, validar o cuidado psicológico como parte integrante da vida e não como último recurso.
Cuidar da mente é, também, cuidar das relações, do corpo, da qualidade do sono, da clareza de pensamento, da forma como nos colocamos no mundo. A mente sobrecarregada afeta tudo ao redor e o alívio não virá de fórmulas prontas, mas de movimentos conscientes de atenção e presença. Isso inclui saber a hora de parar, de pedir ajuda, de se priorizar.
Num tempo em que tudo é urgente, desacelerar pode parecer um luxo. Mas não é. O verdadeiro luxo é conseguir viver com um mínimo de paz interna e isso exige cuidado, escuta, presença. Exige entender que não é frescura precisar de apoio emocional. Frescura é fingir que está tudo bem quando não está.
Saúde mental não é luxo. É base, é pilar, é condição para continuar vivendo e não apenas sobrevivendo.