
JotaCê
Por Coluna do JC -
JC é colunista político do Diarinho, o jornal que todo mundo lê, até quem diz que não. A missão do socadinho escriba é disseminar a discórdia, provocar o tumulto e causar o transtorno, para o bem da coletividade.
Andressa Hadad fala tudo

A ex-diretora do hospital Ruth Cardoso, Andressa Hadad, acompanhada do marido, o policial federal aposentado, Ivã Hadad, o Olodum, visitou o JC e admite que foi censurada
Andressa Hadad
A ex-diretora do hospital Ruth Cardoso, Andressa Hadad, acompanhada do marido, o policial federal aposentado, Ivã Hadad, o Olodum, visitou o JC pra falar de tudo que aconteceu no nosocômio ...
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Andressa Hadad
A ex-diretora do hospital Ruth Cardoso, Andressa Hadad, acompanhada do marido, o policial federal aposentado, Ivã Hadad, o Olodum, visitou o JC pra falar de tudo que aconteceu no nosocômio que culminou com a sua exoneração na semana passada pela prefeitona dos bairros, Juliana Pavan (PSD).
Censurada
A Andressa reconheceu que a sua visita, acompanhada da secretária de Comunicação da prefa dos altos da Dinamarca, Dagmara Spautz, foi a pedido do governo e que, naquele momento, teria sido censurada, sim, de se manifestar à imprensa.
As duas
O burburinho se deu por conta de entrevista que concedeu ao periódico Página 3 à época. A sabatina era pra ter sido com ela, diretora do hospital e a secretária de Saúde, Aline Leal, a Barbie morena, comparecer. Mas a Aline falou que não poderia participar e Andressa respondeu às perguntas.

Alertou
O assunto foi um dossiê com denúncias do hospital. Mas, em momento algum, foi ela (Andressa) que fez as acusações. Andressa fala que vem alertando sobre os problemas referentes à empresa que presta serviço ao hospital, desde o começo de janeiro, mas não foi escutada.
Não prorrogar
Andressa fala que desde o mês de janeiro, ao analisar as denúncias feitas por pacientes na ouvidoria do hospital, junto ao diretor técnico Alexandre Tolentino, cientificaram a secretaria de Saúde e a de Compras sobre a não prorrogação do contrato com a empresa que presta serviços, que venceria naquele mês de janeiro. E que fosse feito um processo de dispensa de licitação, o que seria possível por conta de justificativa técnica.
Renovaram
E assim foi feito. O problema é que a empresa contratada acabou por desistir, por não conseguir fazer a escala médica. A segunda colocada seria naturalmente convocada. O problema é que Andressa foi informada que a decisão da Saúde e da Compras foi de renovar o contrato vigente. Vencida, mas vigilante, Andressa continuou fiscalizando e notificando a empresa e profissionais.
Solidariedade
Andressa afirma que vem sendo usada como “bode expiatório” e que na sua conversa com a prefeita Juliana Pavan (PSD), na última segunda-feira, conta que já sabia que iria ser exonerada. Andressa lamenta o que aconteceu no hospital, com o falecimento de um bebê e o sofrimento do pai da criança. Afirma que tomou todas as providências e se solidariaza com a família.
Acredita!
A ex-chefona do Ruth Cardoso agradeceu à prefeita Juliana e disse acreditar que ela pode e vai fazer uma grande administração, mas alertou de que precisa se atentar pras questões da Saúde, pedindo que a Ju promova mudanças.
Perseguida
Andressa afirma que foi perseguida pela secretária de Saúde, Aline Leal, a Barbie morena. “Eu era uma pedra no sapato no Ruth Cardoso. Tudo que era solicitado, coisas simples, não eram disponibilizadas na minha gestão. Infelizmente, a secretária de Saúde está dominada pelo ego, vaidade e poder”, contextualiza.
Documentado
Andressa conta que tem tudo documentado de suas ações e que, além disso, anota numa espécie de diário tudo que acontece no seu dia a dia. Nesta segunda-feira, a ex-diretora do hospital deve ter uma conversa com o promotor de Justiça, Jean Forest.
CPI
A ex-bagrona do nosocômio defende que tudo seja investigado relacionado ao hospital e saúde, e que as excelências excelentíssimas abram uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) pra ir a fundo sobre tudo que acontece e aconteceu. Eu não duvido que, nesta semana, possa avançar a abertura de uma CPI.
Enquanto isso...
A prefeitona dos bairros, Juliana Pavan (PSD), divulgou que deve ir de mala e cuia para o Ruth Cardoso a partir desta segunda-feira. Apesar da divulgação do governo de que é a primeira vez que um prefeito despacha do hospital, não é verdade — pra quem se alembra, o homem-pássaro, Edson Piriquito (MDB), fez uma intervenção no hospital e despachou de lá por seis meses.
Cruz Vermelha
Infelizmente, naquela época, o hospital Ruth Cardoso estava sendo gerido pela Cruz Vermelha (repetindo e relembrando) e uma série de irregularidades foram apontadas, com dezenas de mortes de recém-nascidos no nosocômio. E também gerou uma CPI com dezenas de indiciados. É lamentável que, em relação ao hospital, as mazelas são cíclicas.
Pausa dramática
Sério isso, Ju? Primeira vez? Nem tremi o cílio. Porque lá em 2012, quando tu ainda achava que “gestão pública” era nome de esmalte, o lendário homem-pássaro Edson “Piriquito Voador” já tinha feito exatamente isso. E fez bonito: levou gabinete, equipe, setor administrativo, auditores, cafezinho requentado e se duvidar até um varal com cueca da guarda municipal.
Desmemória seletiva
Montou QG completo dentro do hospital quando rompeu o contrato com a famigerada Cruz Vermelha. Só não levou o sofá da sala da prefa porque a van tava lotada. Mas a nossa prefeita influencer, nessa vibe “se eu não vi, não aconteceu”, resolve apagar a história com um apagador feito de vaidade e desmemória seletiva.
Segunda vez
E como se uma fake inovação não fosse suficiente, Juliana ainda lançou a segunda temporada da série “Primeira vez”, dizendo que a transição de governo dela foi a primeira da história da Dubai maravilha.
Não percebeu?
Amada, por favor… Em que dimensão? Porque quando o homem-pássaro Edson Piriquito passou a chave da prefa pro muso das bochechas rosadas, o pop star Fabrício Oliveira (PL), teve transição, sim! Com planilha, reunião, dossiê e até sorriso amarelo de candidato derrotado. .
Explica
Mas a genética explica tudo: filha de quem é? Do excelentíssimo ex-tudo Leonel Coronel Pavan, o homem que prometeu transformar a terra da pedrada, Camboriú, numa mistura de Dubai com Interlagos. Teve promessa de hub de jato executivo, pista de Fórmula 1, porto de unicórnios e até aeroporto com pista de pouso pra trambolhos.
Coronelândia
Tudo isso em Coronelândia do Sul, antiga Camboriú, atual reino das ideias fantásticas. Enquanto isso, a cidade vai seguindo entre uma promessa reciclada, uma selfie com cara de acordei assim e um inédito que já aconteceu três vezes.
Caneta azul
Juliana, minha querida, quando tu aparecer dizendo que é a primeira prefeita a usar caneta azul na assinatura, a gente vai rodar o VAR, abrir os arquivos, acionar o IBGE e, se precisar, consultar até o oráculo do TSE. Porque história, minha filha, não se apaga com post no Instagram.
Catinga
Não adianta. Itajaí não tem jeito. No sábado à noite, a fábrica de farinha de peixe ali de Cordeiros, que há anos incomoda toda a população dos bairros que a cercam, soltou um fedor especial, maior, mais podre, mais fétido, mais doentio do que de costume.

Cara de pau
A catingueira dessa fábrica de farinha de peixe já foi matéria no DIARINHO, em todas as televisões, rádios, portais e o cacete. Diversas vezes. Mas a certeza dos caras que tocam a bagaça de que Itajaí é o cu da mãe Joana é tão grande, que a merda continua a mesma sempre, porque eles sabem que nada vai acontecer. Na cabeça deles Itajaí só tem mané. E estão certos.
Solucionática
Parece difícil, mas a solução é facílima: ir lá e fechar a fábrica. Óbvio. Porque se não tem condições sanitárias, nem ambientais, nem de saúde pública e nem de nada, tá funcionando como? Ah! Porque emprega 100 pessoas! Vamos preservar esses 100 empregos, e lógico, é também importante, por que pra onde iriam os resíduos das empresas que manipulam o pescado?
Ir pra outro lugar
A fábrica tem que sair dali. Não tem como ter uma empresa dessa natureza naquela área. Afinal, não encontram tecnologia pra acabar com o fedor. A empresa tem que ir pro interior, onde não tem moradias. E que seja uma área tipo condomínio de indústrias, porque daí estariam apenas transferindo o problema, deixando que se instalem moradores.
República do fedor
Mas o que faz sentido em Itajaí? Nada. Ou quase nada. Ao longo dos últimos 50 anos, Itajaí já teve outras fábricas de farinha de peixe. Que causavam o mesmo estrago, a mesma catingueira que incomodava todo mundo, e que a muito custo foram fechadas. Mas fecha uma e abre outra. A cidade catinguenta dos anos 1980 é a mesma catinguenta até hoje, entra governo, sai governo. Nada muda. Uma vergonha!
Recordar é viver
Itajaí vive de errar e repetir erros infinitamente. Cordeiros era, no século passado, um barril de pólvora por conta das empresas de combustíveis que tinham tanques enormes prontos para explodir e mandar todo mundo pro quinto dos infernos. Aquela merda acabou com a construção do oleoduto até Curitiba e tal. Pois não querem botar terminal de combustível de novo ali no Imaruí? Querem. Querem e vão. Escreve aí.
A ideologia do atraso
Pra quem chegou agora, uma brevíssima história de Itajaí. Viveu por 100 anos da exportação de madeira, acabou a madeira ficou a ver navios nos anos 1980 e 1990. A população, políticos, entidades e o escambau conseguiram municipalizar o porto e a cidade explodiu (no bom sentido): virou a cidade mais rica do estado. Qual a providência da ideologia do atraso diante disso? Na primeira oportunidade possível entregar a municipalização do porto pro governo federal. E foi o que fizeram. Parabéns!
E agora?
Agora o governo federal, leia-se porto de Santos, quer trazer pra cá toda tranqueira de carga que eles não querem lá, tipo fertilizantes e soja. Ah, mas com esse tipo de carga os estivadores ganham mais… Não é por aí. Não se pode ferrar a cidade por conta disso.
Pra terminar, que já tá grande demais…
A semana começa com as seguintes notícias: a catinga piorou, mas ninguém vai consertar; o porto vai voltar a ser de carga geral (qualquer uma, foda-se!); o bairro Imaruí caminha pra ganhar terminal de combustível; e Itajaí vai continuar no século passado, com catinga, iminência de tragédia, falta de talento político e repetição infinita dos erros de sempre. Pobre Itajaí! Pobres de nós!
Chorizo
Enquanto a Coronelândia do Sul fervia com os aleluiados eventos dos Gideões, aquela verdadeira rave gospel com mais paletó que fé, o ex-tudo Leonel Pavan preferiu outro tipo de unção: a do chorizo argentino, suculento e bem passado, servido sob afrescos pagãos no Madison Café.

Pista pra disco voador
Ao lado do sempre discreto Paulo Caseca (e família), Pavan aparece na cena como quem escapou da vigília para uma ceia mais carnal (literalmente). Afinal, entre umas línguas estranhas e um bom Malbec, quem é você pra julgar? Mas convenhamos: é melhor tirar o Malbec das mãos do homi, senão ao invés de pista de jato vai acabar encomendando pista pra disco voador.
Ungido
“Espetinho ungido é pros fortes. Eu quero é gordura saturada com arte renascentista ao fundo”, parece dizer o prefeito licenciado, em silêncio, mas com um garfo apontado pro céu (ou pro garçom, vai saber).
Não escapou dos fariseus
A postagem foi só nos stories, talvez porque jogar no feed seria quase pecado capital pra ala pentecostal. Mas, claro, não escapou do radar dos fariseus de plantão nem deste colunista que vive de farejar esse tipo de contradição suculenta.
Frase do dia:
“Esqueçamos com generosidade aqueles que não podem nos amar”
Pablo Neruda
Fogo no céu ou na grelha?
Fato é: enquanto uns clamavam por fogo do céu, Pavan se deliciava com o fogo da grelha. E entre a bênção e a sobremesa, quem levou a melhor foi ele mesmo, num ambiente com menos grito e muito mais garfada. Bocudo, eu?!