Ideal Mente
Por Vanessa Tonnet - Vanessatonnet.psi@gmail.com
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Quando a piada machuca
O motorista do ônibus disse: “Até amanhã, Daniel!”, ao que ele disse ao motorista: “Você não vai me ver amanhã.” Essas foram algumas das últimas palavras de Daniel, um adolescente norte-americano de 16 anos que cometeu suicídio após sofrer anos sendo vítima de bullying na escola. Mas afinal, o que é bullying?
Bullying é um termo criado por Dan Olweus, professor e pesquisador em Psicologia, para designar uma provocação ou intimidação. Atualmente é usado para designar um assédio moral, físico ou verbal, dentre crianças e adolescentes no ambiente escolar. Sabe aquela velha brincadeira de mau gosto? Então, é isso aí.
Basicamente, são aqueles apelidos “carinhosos”: baleia, idiota, Olivia palito, macaco, nojento, fedido, entre muitos. Mas então todos sofremos bullying?” Não. Essa “brincadeira” só passa a ser uma ameaça quando a vítima se sente ofendida. Para isso, há de se ter um olhar atento para ver se a criança está quieta por aceitar o apelido como uma brincadeira ou por medo do agressor.
Existem três agentes no bullying: o agressor, aquele que ameaça com as piadas, a vítima, que sofre o assédio e o espectador, que geralmente não reage por medo de se tornar a próxima vítima. Esse ataque psicológico pode ser visto como uma maneira de canalizar a agressividade em um “alvo” para fugir daquilo que nos amedronta. Em outras palavras, quem pratica o bullying com a intenção de machucar e ofender na verdade está tentando se defender de um medo próprio antes que os outros descubram seu ponto fraco e possam lhe atacar. Esse chamado “alvo” costuma ser aquela pessoa “boazinha” sem muita atitude, que provavelmente receberá todas as ameaças calada.
As consequências de um bullying contínuo incluem o sentimento de inadequação, baixa autoestima, insegurança, isolamento social, tristeza e até mesmo o desenvolvimento de transtornos psicológicos, como ansiedade e depressão. Em casos sérios, nos quais a vítima não consegue pedir ajuda por medo do julgamento alheio, essa brincadeira de mau gosto pode levar uma pessoa ao suicídio. Portanto, há de atentar-se para ver se o “gordinho” realmente não se importa de ser chamado assim.
E você adulto, qual exemplo em suas falas e atitudes você está dando à sua criança? E quando percebe a sua criança/adolescente mais calada, triste, irritada, você normalmente procura conversar com ela para entender o que ela está vivenciando, sentindo, ou julga e finge que nada está acontecendo? Seu filho corre de você ou corre para você em um momento difícil que ele pode estar enfrentando?
Fica para uma reflexão. Ajude como você ajudaria um grande amigo próximo!!