Ideal Mente
Por Vanessa Tonnet - Vanessatonnet.psi@gmail.com
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Como agir diante de uma pessoa enlutada: o que não fazer ou dizer no luto?
Muitos de nós já nos deparamos com situações em que há dor e sofrimento em função da vivência de uma perda. E muitas vezes acabamos, na tentativa de sermos solidários, tomando algumas atitudes e proferindo algumas palavras que pouco ajudam ou até pioram a situação.
A dor do luto que alguém vivencia é única e pessoal e não devemos jamais agir considerando como se algo que consideramos bom pra nós seja também para o outro. O que é bom para o outro só ele pode nos dizer.
Algo que nunca falha é o acolhimento, mostrar-se disponível para aquele/a que sofre uma perda. Lembrando que esse processo também é particular e tem um tempo variável.
Cada pessoa vivencia um processo de luto da sua forma, que tem a ver com sua história, com sua subjetividade, com seu jeito de ser. Ao oferecer auxílio, o melhor caminho é sempre ouvir mais do que falar e estar disponível.
Já ouvi muitos relatos de pessoas que não encontram “autorização” para chorar. É muito comum frases como: “não chore”, “vai passar”, “fulano/a não gostaria de ver você chorando assim”. São frases que invalidam o sofrimento e a dor da pessoa que passa pelo luto.
Em outras situações, as pessoas agem como se nada tivesse acontecido, achando que assim ajudam a pessoa enlutada a “esquecer” mais rápido. Muitas vezes a pessoa enlutada quer falar sobre a pessoa que morreu e essa é uma forma de elaboração dessa dor.
Além disso, não podemos esquecer que não existe dor maior ou menor. A mãe ou pai que perde o filho, quem perde o/a companheiro/a, um amigo, um pet, uma perda gestacional, enfim… Todos esses exemplos afetam as pessoas envolvidas, e seu sofrimento é legítimo, precisa ser validado.
Dizer que: “ele/a foi para um lugar melhor”, “foi melhor assim”, “era só um gato, “você é jovem, pode engravidar de novo”, são frases que, mesmo sendo ditas com a melhor das intenções, não ajudam em nada.
Curiosidade também não cabe. Perguntar sobre detalhes da morte, da doença, do acidente, seja lá o que for, é inconveniente, assim como comentar sobre a aparência da pessoa falecida.
Nem sempre precisamos responder com palavras um choro ou um lamento. Um abraço sincero, um cuidado, pode trazer muito conforto e sensação de acolhimento.
O silêncio não é constrangedor, ao contrário, pode ser muito mais adequado, transmite respeito, sentimento e presença. Ajudar a resolver alguma questão burocrática às vezes é melhor do que mil palavras.
Se você está passando por um processo de luto e se encontra sem uma rede de apoio ou sofrimento agudo, procure ajuda psicológica. Quaisquer dúvidas, me mande mensagem nos contatos acima. Se cuide!