Em 2019, Wagner Moura apresentou ao público internacional seu primeiro trabalho de direção com o longa “Mariguella”, figura central nos movimentos de guerrilha brasileira contra os regimes ditatoriais. Apesar dos prêmios, que não vieram sem críticas à representação, que alguns consideraram estereotipada desse personagem histórico que divide opiniões, o filme demorou mais de dois anos para estrear no Brasil, em decorrência das dificuldades burocráticas impostas pela Ancine e da pandemia de Covid-19. O filme já está disponível, exclusivamente, no Globoplay.
 
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Ao longo de duas horas e meia, o filme conta os últimos anos de vida do ativista democrático de esquerda Carlos Marighella (Seu Jorge), que ficou conhecido por seus embates contra os regimes ditatoriais de Getúlio Vargas, na década de 30, e das forças armadas de 1964 até 1969, quando foi morto a tiros em uma emboscada. Escritor e marxista, o baiano Marighella ingressou no ativismo político em 1930, pelo Partido Comunista do Brasil (PCB). Foi preso, duas vezes, durante o Estado Novo e chegou a ser eleito como deputado federal da Bahia, pelo PCB – mas nunca assumiu, pois seu partido foi colocado na ilegalidade pelo governo.
Porém, a história de Marighella se desvincula ao PCB, após o golpe de 64, pois o baiano não concordava com a ação mais apaziguante da maioria dos grupos de esquerda, e defendia a luta armada contra o regime. Assim, em 1968, funda a Ação Libertadora Nacional (ANL), um grupo que utilizava práticas de guerrilha urbana, como assaltos, sequestros e ações terroristas. Depois do assalto ao trem pagador da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí, em que foram roubados NCR$ 110 mil (o equivalente a R$ 900 mil), Marighella se tornou o inimigo número 1 do regime militar. E é essa figura complexa que “Mariguella” busca retratar.
Link para o trailer de “Marighella”: https://youtu.be/fd8oX1u8gRA