Exibida pela primeira vez em 1999 pela HBO, “Família Soprano” foi uma série aclamada tanto pela crítica quanto pelo público que ajudou a popularizar figuras questionáveis como protagonistas. Mas um de seus principais legados foi a construção de personagens mais complexos, com os quais as pessoas eram capazes de se identificar, mesmo diante de realidades completamente diferentes. Nesse sentido, é possível encontrar sua influência em diversas produções que a seguiram, como “Breaking Bad” e “The Americans”. Atualmente, esse fenômeno da televisão por assinatura da virada do século encontra-se disponível na HBO Max.
Ao longo de seis temporadas, a produção acompanha a rotina de Tony Soprano (James Gandolfini), um dos maiores mafiosos de New Jersey que, após sofrer um ataque de ansiedade, decide procurar pela ajuda profissional da terapeuta Jennifer Melfi (Lorraine Bracco). Em seu consultório, ele começa a se abrir e buscar formas de lidar com as diversas situações de sua vida, desde os embates familiares normais com os dois filhos adolescentes, Meadow (Jamie-Lynn Sigler) e Anthony Jr. (Robert Iler), e a mãe, Livia (Nancy Marchand), que se recusa a mudar para um asilo, até as tentativas de seu tio Junior (Dominic Chianese) de matar um outro mafioso no restaurante de seu amigo Artie Bucco (John Ventimiglia) e colocá-lo em perigo para sempre.
Assim, apesar do pano de fundo ser uma organização criminosa, “Família Soprano” trata essencialmente dos conflitos familiares que um personagem de moral duvidosa, mas extrema lealdade, experimenta. Um clássico anti-herói, Tony Soprano vai, com a terapia, revelar as diversas camadas de sua personalidade que o levaram a seguir uma vida no crime. E, apesar de sempre almejar pela posição mais alta nessa organização, quando chega sua vez, ele enfrenta dificuldades para conciliar sua vida pessoal e profissional.
Link para o trailer de “Família Soprano”: https://youtu.be/mJpNmYeooQE
Segredos e ameaças
Nos últimos anos, se tornou evidente que as redes sociais ganharam funções para além das idealizadas ao se aliarem ao movimento do “politicamente correto”, que ganha espaço à medida que mais pessoas usam essas plataformas para manifestar suas opiniões sobre o comportamento alheio. No entanto, esse ambiente também é propício para o rápido julgamento, o que contribui para criação de uma verdadeira cultura ao redor do “cancelamento”. Com o intuito de ampliar a discussão sobre o tema através do terror, chega dia 23 de setembro na Netflix a produção original “Tem Alguém Na Sua Casa”.
O filme acompanha uma série de assassinatos em uma pequena cidade no Nebraska, Estados Unidos, em que um homem misterioso decide fazer justiça com as próprias mãos e esfaqueia aqueles que possuem algum comportamento considerado por ele como imoral. Tudo isso enquanto usa uma máscara com o rosto da vítima, como se ela fosse a verdadeira responsável por sua morte. O primeiro alvo é a estrela do time de futebol americano da escola, que é encontrado morto junto com uma série de evidências de bullying contra um colega homossexual. O segundo é a presidente do corpo estudantil, que também morreu da mesma forma.
Observa-se, então, um padrão no comportamento do assassino, que busca expor os segredos das pessoas e fazê-las pagar por isso. Apesar das duas mortes não terem nenhuma relação direta com Makani (Sydney Park), o passado misterioso dessa recém-chegada do Havaí pode ser mais cedo do que se imaginava. A narrativa é conduzida de forma que fica subintendido que esses jovens temem mais a exposição de seus segredos do que o assassinato em si, uma clara crítica a cultura do cancelamento nas redes sociais e seu impacto na construção de relacionamentos pautados em falsas aparências.
Link para o trailer de “Tem Alguém Na Sua Casa”: https://youtu.be/IdZ43OuZXjQ