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Livro, presente de Natal


Por Luiz Carlos Amorim – escritor  https://luizcarlosamorim.blogspot.com

Na continuação de uma crônica recente, quando falei de uma feira do livro realizada aqui em Florianópolis, há menos de um mês do Natal, coisa que poderia disseminar a ideia de se dar livro de presente a amigos, na grande festa de final de ano, não posso deixar de falar de uma ideia que uma amiga colocou em prática, muito original, a meu ver, já no ano passado.

Falo da amiga Fátima, de Laguna, que leu minha crônica “Semana do Livro” e em seguida enviou-me mensagem comunicando que passara na feira, tema da crônica, e aproveitou para encomendar livros meus, que ela desejava comprá-los para “presentear amigos com livros de amigos”. Ela já havia me falado alguma coisa a respeito, pois fizera isso no ano passado e eu acho a ideia sensacional. Pensando a respeito, constato que ela não está apenas presenteando amigos com livros. Ela está divulgando, também, a obra de escritores da terra, pois está promovendo um rodízio, fazendo com que as obras de uns sejam conhecidas por outros, de regiões diversas.

Não posso deixar de abordar aqui este fato, pois penso que a ideia deve se espalhar, deve ser copiada. Eu mesmo vou seguir o exemplo, este ano, e vou mandar livros de meus amigos escritores para outros amigos, escritores ou não.

Pode parecer que não há muita vantagem em presentear com livros pessoas que já são ótimos leitores, mas a verdade é que, se considerarmos que todo escritor tem no seu círculo de amizades outros escritores que não vivem na mesma cidade que ele, que vivem às vezes até bem distante, os livros presenteados podem ir muito longe. E a disseminação da obra presenteada pode ser bem ampla, pois muitos escritores são professores, são cronistas de jornais, revistas, blogs, críticos ou comentaristas de literatura, etc., e podem recomendar a leitura, ou simplesmente comentar o que leram. E isso pode conquistar novos leitores, por que não?

Então, agradeço pela ótima sugestão que Fátima me dá de presentear os amigos com obras de amigos e pela oportunidade de divulgar, de uma maneira original, a literatura de gente da terra da gente. Dar livro de presente no Natal não é mais uma prática comum, pois se não conhecermos bem o presenteado, corremos o risco de dar uma obra que não vai ser lida. Mas presentearmos nossos pares é um incentivo à leitura para pessoas que já têm esse hábito e mais, faz com que nossos amigos conheçam obras de autores que até então não conheciam, ou saibam de novas obras que não tinham ainda chegado ao seu conhecimento. É uma variante daquele projeto de “soltar” livros em lugares públicos, para que os transeuntes que se interessarem em ler, possam levá-los. No nosso caso, a troca de livros que não sejam os nossos pode, inclusive, revelar grandes talentos.

Não seria um grande presente de Natal propiciar a um amigo a leitura de um bom livro? Não seria um presente maior ainda saber que o fato de presentearmos um livro a um amigo escritor, crítico ou jornalista, fez que esse livro fosse descoberto como uma grande obra? Isso já me aconteceu. Não seria um ótimo presente ao público leitor a indicação de um grande livro?

* O autor é escritor e coordenador do site A Ilha


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