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FHC em Florianópolis


A estada de Fernando Henrique Cardoso em Florianópolis, nesta quinta-feira, dia 6/10, recebeu a devida cobertura da imprensa. Sua presença nos eventos foi devida e corretamente assinalada, ressaltando seus gestos e palavras de estadista e intelectual.

Tendo chegado a Florianópolis, vindo de Brasília, às 14h, não pude participar dos dois primeiros eventos. Por esta razão, focalizo o da entrega do título de Cidadão Honorário de Florianópolis.

Tive o privilégio de ter assento ao seu lado (exatamente ao seu lado), no Senado Federal há cerca de 20 anos. Por essa experiência, acredito poder afirmar que poucas vezes testemunhei um FHC tão emocionado quanto ao final de suas belas palavras em agradecimento pelo título.

Seu discurso na Câmara de Vereadores deve, além de constar dos anais da Casa, ser editado, em versão digital e impressa.

Num improviso brilhante, em tom coloquial, expôs a origem de seu trabalho acadêmico, o qual resultou nos livros “Cor e Mobilidade Social em Florianópolis” (Coleção Brasiliana, 1960), que contém seu trabalho e o de Octavio Ianni, e “Negros em Florianópolis” (Insular, 2000), contendo exclusivamente seu trabalho. Esclareceu que se trata de sua “tese” (dissertação) de mestrado em Sociologia, constituindo-se, pois, sua primeira produção acadêmica. Descreveu a participação de Florestan Fernandes e Roger Bastide na concepção do escopo da pesquisa e, de forma detalhada e carinhosa, enalteceu a generosa acolhida que Henrique Fontes, Oswaldo Cabral e Carlos da Costa Pereira lhe propiciaram. Esses três gigantes da inteligência catarinense abriram seus arquivos e fichários (Steve Jobs tinha dois anos de idade em 1957, ano do início do trabalho) ao jovem de 26 anos que endereçava sua curiosidade e atenção para Florianópolis.

A seguir, incursionou pelo campo da política, pregando a tolerância e a busca do que de bom o “nosso adversário tem, possa ou deva ter”. Fez coro ao que o Vereador João Antônio (proponente da homenagem) registrara quando frisou a grandeza contida na mensagem que a Presidente Dilma lhe endereçou pelos “primeiros 80 anos de vida”.

Finalmente, “assinou o recibo e passou o atestado” de que merece ser “Manezinho”, também por conhecer a Cidade que o acolheu. Descreveu o Centro, a Praça XV, praias e a Lagoa da Conceição dos anos 50, antecipando a letra do “Rancho do Amor à Ilha”, que foi cantado por todos no final da sessão.

Grande gesto do João Antônio ao propor e bela atitude da nossa Câmara ao conceder a FHC o título. A Cidade e o Presidente merecem!

* O autor é deputado federal

 


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