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Governo Ser ou não ser?! Parte II
O artigo Reforma do Estado, do secretário da Fazenda Ubiratan Rezende, publicado pelo DC, em 30 de setembro, chamando a atenção para o que tem marcado a cultura política do país, a saber, elitismo, clientelismo, fisiologismo e patrimonialismo, chama a nossa atenção para o momento que vivemos.
As manchetes do jornal do mesmo dia são moldura e conteúdo para o texto: Governador define hoje a demissão (do presidente da SCGás PMDB ficha limpa), Escolas em estado de dar medo (manutenção nota zero), Inválidos da Assembleia (volta ao trabalho), Operação Transparência inquérito volta a SC.
Uma frase estabelece o contexto: Ser cidadão brasileiro significa ser membro duma sociedade a serviço e prisioneira de grupelhos. Localizar o raciocínio em nosso Estado seria indevido? Depois de nove meses de governo, seria essa comparação uma atitude rastaquera, uma indelicadeza, uma impropriedade fundada no despeito e no rancor? Avalio que é a constatação mais ou menos geral que se faz a respeito do engessamento do governador catarinense em função do esquemão, tão grande quanto oneroso, que lhe garantiu a eleição.
Ao aproximar-se do PP, o governador pode ser levado a atenuar esses grilhões que imobilizam suas iniciativas bem intencionadas, mas sem respaldo dos sócios fundadores e estabelecidos, ou ampliará o número de grupos de pressão por medidas compensatórias e estabilizadoras da governabilidade?
Nosso partido preservará o patrimônio político de ter denunciado a liturgia que hoje representa a eternização das mazelas e da desordem na segurança, na educação, na saúde e nos critérios (?) para o preenchimento de cargos públicos ou vai dançar a dança vigente? Esta pergunta dita inconveniente deve ser debatida no PP. Debater quer dizer admitir o contraditório; quer dizer democracia. Para o bem do partido e do Estado!
* O autor é deputado federal