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O corno feliz


“A filosofia não serve para nada”. Acharam a afirmação impactante? A frase foi pronunciada por minha professora de filosofia, lá pelo ano de 1977... E, claro, estava fora de contexto. Quando a professora, brilhantemente, colocou a frase no contexto, ficou fácil compreendê-la em toda sua amplitude. Resumindo, seria algo mais ou menos assim: “a filosofia não serve, está”.

Agora... Fico imaginando um novo cenário. Um cenário em que a política substitui a filosofia. Caso me perguntassem se a política serve para alguma coisa, responderia sem pestanejar: não serve para nada. Pior, também não está. A política subtrai. Trata-se da única ciência que tem como característica principal a subtração. Felizmente, não estará mais presente quando atingirmos um novo patamar na escala evolutiva. Definhará, antes de sucumbir, sem nunca ter tido a clareza de que não é a riqueza de um país que promove a erradicação da miséria. É o comportamento ético. De todos! Principalmente da classe política. Afinal, quem legisla acaba normatizando procedimentos que atingem a sociedade como um todo. Mas, enquanto a morte da política não acontece... Vamos nos divertir um pouco com ela. Para nos fazer rir, ela serve.

Ah, a política ficou hilariante! Hoje, folheio os jornais e vou direto às páginas de política, para dar boas gargalhadas. Tornou-se o método mais eficaz de combate ao estresse. A revolta da classe política contra a polícia Federal, após a operação Voicher, desencadeada para colocar “políticos meliantes” no xadrez, por exemplo, provocou-me verdadeiros acessos de riso. Hii-hii-hii!

Mas, dentre todas as histórias “hilariantes” da política, uma se mantém insuperável. É a historia do Teobaldo, um militante do PT, lá da minha cidade. Ele dormia na sede do partido todas as noites, por temer que os neoliberais, “monstros capitalistas”, invadissem o prédio e botassem fogo na sede. Hii-hii-hii!

O problema que essa neurose acabou acarretando foi que, sua esposa, muito bonita, jovem e fogosa passou a sentir-se muito sozinha. Ela ardia sozinha, na cama, enquanto o Teobaldo travava sua guerra surda contra os neoliberais. Hii-hii-hii!

Aí, não deu outra, não é? A esposa do Teobaldo começou a transar com uns e outros, para debelar a febre que costuma invadir o organismo de mulheres abandonadas. Então, o apelidamos de “corno”. Hii-hii-hii!

Ora, ora... Pensam que ele perdeu a pose? Não! Dizia que era mais uma conspiração das elites, para destruí-lo politicamente. Diante disto, restou-nos acrescentar mais uma palavra a seu apelido: ficou “corno feliz”. Hii-hii-hii!

Um dia, era quase meio-dia (os mais cultos dizem quase 12 horas), quando a esposa do “corno feliz” adentrou o “boteco” onde costumávamos tomar nossa cervejinha. Ele pediu licença, com certo ar de dignidade: “desculpem, devo atender minha senhora”. Hii-hii-hii!

O diálogo entre eles foi curto:

- Olá, minha “vidinha”!

- Oi, amor. Você não vem?

- Sim. Mas, antes, devo dar uma passada pela sede do partido.

- Ah, para evitar que os neoliberais...

- São “monstros capitalistas”.

- Está bem. Mas não demore, viu? Para o almoço estou preparando uma “rabada”.

E saiu rebolando. Hii-hii-hii! ... Hii-hii-hii!

* O autor é jornalista


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