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Perdeu ou perdemos?


Diante de uma pesquisa de intenções de votos semelhante a um campeonato de pontos corridos, onde só tem um campeão e vários rebaixados, a sensação é que tudo está consumado. Todavia, um simples escândalo político poderá alterar ou consolidar de vez a campanha presidencial. Dessa forma, quero dizer que o eleitorado brasileiro é uma caravela num oceano tranquilo, mas uma simples tempestade mudará seu destino facilmente. E, ao acompanhar o pensamento de nossos políticos, é isso que estão fazendo. Uns dando passos já administrativos e outros tentando dizer que ainda estão vivos e buscando ocasionar um maremoto ou tsunami.

Contudo, só mesmo um grande escândalo político para mudar completamente o destino dos votos brasileiros para os presidenciáveis, pois, tucanos ou petistas, a social-democracia europeia reinará nos próximos quatro anos. O que começou com Fernando Henrique Cardoso continuou com o presidente Lula e permanecerá. Basta saber quando terminará. Entretanto, algumas coisas funcionaram. Luiz Inácio Lula da Silva colheu muito nos últimos oito anos e plantou pouco. Aos que se ofenderam tentem pensar além das políticas sociais com funcionabilidade eleitoral, superlotação da máquina estatal e dos trabalhos temporais, que englobou pequenos projetos municipais ou estaduais e requentou num grande chamado PAC.

Por outro lado, as eleições deste ano ficarão para ser estudadas e entendidas pela história. Pois como explicar as coligações de Lula, Collor, Sarney e Renan Calheiros? O sindicalismo virou elite. E os ossos de Marx e cia. devem estar tremendo na cova. Como compreender também a transposição de votos do presidente Lula para sua candidata? Que nunca disputou nada e teve experiência empresarial não bem sucedida numa loja de bijuterias? Às vezes sinto que o eleitorado reagiu de forma positiva com a ideia de que será o próprio Lula que vai mandar mais quatro anos. Afinal não houve receio quanto a isso e sim uma segurança.

Doravante, não é o Serra e Marina com os nanicos que vão perder as eleições. E nem adianta pensar em votar no fulano ou sicrano que vai ganhar, para não perder seu voto. Mas a falta de uma eleição presidenciável de forma discutida e reflexiva fez todo o Brasil perder. Para termos uma noção, quem se destacou foram os deputados nos seus segundos de televisão. Convenhamos, alguns perderam a noção ou estão tentando mostrar para a população que o período é crítico. O que podemos ver foi a falta de uma direita de verdade e uma esquerda com propostas concretas. Em outras palavras, tivemos uma oposição omissa, discursando sobre fatos passados e não apresentando nada para o futuro.

Depreendo tentando dizer que devemos estar atentos aos projetos e não aos barulhos eleitorais e imagens cinematográficas. Acredito que o Lula vai tentar mandar, embora, pelo histórico de Dilma, isso não acontecerá. Tem tudo para ser Dilma começando com todos e terminando sozinha. E para os próximos anos a tendência é de ser de “vacas magras”, será preciso tomar importantes decisões e torcer para Fernando Collor não sair presidente em 2014.

José de Júnior

Graduado em Filosofia pela UNIFEBE/Brusque e mestrando em Ciências Políticas - UFSCar/São Carlos-SP

Contato: js_junior@yahoo.com.br


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