Itajaí vai ganhar o primeiro pipódromo de Santa Catarina, uma área exclusiva para soltar pipas na região da Itaipava, próximo ao Elume. O espaço atende à lei municipal nº 7795 de 2025, que proíbe a prática a menos de 500 metros de fiação elétrica. A medida busca garantir mais segurança para quem gosta de soltar pipa e reduzir acidentes. A prefeitura afirma que o local já pode ser usado, mas a reportagem do DIARINHO esteve lá e encontrou uma área ainda sem estrutura, com terreno de barro e acesso precário.

De acordo com a prefeitura, o pipódromo será inaugurado oficialmente em setembro, mas já pode ser usado pela comunidade. A Secretaria de Obras promete terraplanagem, limpeza do espaço e instalação de um banheiro químico. 

O vereador Pedrão Molleri (PL), autor da lei junto com o vereador Sandro Serpa (PSD), afirma que a ideia surgiu para oferecer uma alternativa segura à população. “Não adianta só proibir, é preciso oferecer uma solução. Esse será o primeiro pipódromo de Santa Catarina, um espaço para as famílias se divertirem com segurança”, disse.

Escolha do local

Segundo a prefeitura e o vereador, a Itaipava foi escolhida por ser uma área pública, ampla e afastada da rede elétrica. “Estivemos no local junto com lideranças da prática de pipa e a reação foi positiva. Eles também reconhecem os problemas de soltar pipas em vias públicas e apoiam a criação de um espaço adequado”, afirmou Pedrão.

A secretaria de Obras deve fazer o patrolamento e o nivelamento do terreno, além da instalação de banheiros químicos antes da inauguração. 

O que a reportagem encontrou

A equipe do DIARINHO esteve no espaço indicado para ser o primeiro pipódromo de Itajaí, localizado a cerca de 850 metros do Elume e a 1,7 km da rodovia Antônio Heil. Apesar de a prefeitura afirmar que o local já pode ser utilizado, a área ainda não conta com infraestrutura mínima.

O acesso é feito apenas por estrada de barro e o terreno é de solo vermelho que, em dias de chuva, se transforma em lama escorregadia. No local também havia lixo, mato alto e animais pastando nas proximidades — como vacas e cavalos.

O ambiente é isolado: não há iluminação nem qualquer estrutura de apoio, como banheiros, calçamento ou áreas delimitadas para uso. O sinal de telefonia móvel também é bastante precário.

Questionada pela reportagem, a prefeitura informou que estão previstos serviços de terraplanagem e nivelamento, além da instalação de um banheiro químico. No entanto, sobre a colocação de pedra brita ou outro tipo de revestimento para melhorar o acesso e reduzir riscos de acidentes, a resposta foi de que a medida ainda está em avaliação.

Em nota, o município afirmou: “A secretaria de Obras disponibilizará a estrutura básica para a prática do esporte. Os detalhes ainda estão sendo analisados pela pasta e serão revelados nas próximas semanas.”

Associação vê pipódromo como opção mais segura 

A redação também entrou em contato com a Associação de Pipeiros de Itajaí, representada por Rogério Bernardino. Segundo ele, “é o ambiente mais adequado hoje para a soltura de pipas, quando se trata de segurança e lazer. A intenção é retirar o maior número de pessoas de locais inapropriados, trazendo assim um bem-estar a toda a comunidade de Itajaí”.

Questionado sobre as condições atuais do espaço, Bernardino afirmou que considera o local seguro, mas que ainda precisa de melhorias. “É um processo que estaremos buscando resolver junto à prefeitura e todos os envolvidos”, completou.

A previsão é que até o fim de setembro o espaço esteja limpo, nivelado e sinalizado. O vereador adiantou que a inauguração deve contar com campeonato de pipas.