Pesquisador alertou para riscos e sugeriu medidas contra a poluição (Fotos: João Batista)
O Itajaí-açu está entre os principais rios de Santa Catarina que contribuem pra poluição do mar com microplásticos, contaminando animais que vivem na costa catarinense, como peixes e ostras. O alerta para o problema foi feito pelo pesquisador da UFSC, Igor Marcon Belli, em palestra na Assembleia Legislativa (Alesc) nesta semana, dentro da programação do mês do meio ambiente.
Continua depois da publicidade
A contaminação marinha por microplásticos no litoral foi constatada em estudo da UFSC. Os pesquisadores detectaram microplásticos em 49% dos peixes de uma amostra capturada em Garopaba ...
Já tem cadastro? Clique aqui
Quer ler notícias de graça no DIARINHO? Faça seu cadastro e tenha 10 acessos mensais
Ou assine o DIARINHO agora e tenha acesso ilimitado!
Faça login com o seu e-mail do Google:
OU
Se você já tem um login e senha, por favor insira abaixo:
A contaminação marinha por microplásticos no litoral foi constatada em estudo da UFSC. Os pesquisadores detectaram microplásticos em 49% dos peixes de uma amostra capturada em Garopaba, assim como em ostras produzidas nas baías norte e sul da Ilha de Santa Catarina.
Continua depois da publicidade
Segundo o estudo, os resíduos plásticos são transportados por diversos rios catarinenses até o oceano Atlântico, onde são dispersados e atingem várias regiões da costa, chegando inclusive aos estados vizinhos.
Conforme Igor, os microplásticos vindos pelo rio Itajaí podem ser encontrados nas baías da capital, mas também no litoral gaúcho e paranaense.
Continua depois da publicidade
Outros rios, como o Tubarão, também estão contribuindo para a dispersão dos resíduos na costa catarinense, com graves efeitos sobre a vida marinha. “As pesquisas indicam que os microplásticos produzem efeitos tóxicos nos organismos, o polietileno causa efeitos oxidativos nas células, afeta a morfologia, a reprodução e a mobilidade, e esses efeitos são passados às gerações seguintes”, detalhou o pesquisador.
Restringir o uso de plástico
O pesquisador da UFSC informou que tramita no Senado projeto que considera todo o ciclo de vida do plástico, desde a extração, refino, manufatura, incineração, reciclagem e aterro sanitário. A proposta trata da logística reversa, o design dos plásticos pra facilitar a reciclagem e o incentivo aos catadores.“Os produtores de petróleo não querem considerar todo o ciclo de vida, querem considerar só a gestão”, observou Igor. Ele citou a possibilidade de a responsabilidade ser estendida aos fabricantes e o incentivo às redes de pesquisas e monitoramento.
Pro problema não se agravar ainda mais, ele destacou a necessidade de reciclar no mínimo 40% dos resíduos plásticos, limitar a produção de plástico virgem e criar um imposto sobre o consumo de embalagens plásticas. A questão do lixo plástico no mar voltará a ser tema na Alesc na terça, com palestra do navegador Vilfredo Schürmann. Ele vai compartilhar as experiências de 40 anos de expedições pelos oceanos e os registros da “invasão” de plásticos em locais distantes de grandes cidades.
Dois mil caminhões de plástico são jogados por dia nos oceanos
Lixo levado pelo rio avança até pra estados vizinhos
Atualmente, de acordo com o pesquisador, são geradas mais de 350 milhões de toneladas de plásticos por ano, sendo que 0,5% vai acabar nos oceanos, o que equivale a dois mil caminhões de lixo jogados nos oceanos todos os dias.
Continua depois da publicidade
“Uma parcela significativa afunda, uma parcela significativa flutua, principalmente nos giros (correntes marinhas circulares) dos oceanos”, explica. São considerados microplásticos pedaços de plástico menores que cinco milímetros. Essas partículas são enquadradas como poluentes emergentes, que não são monitorados, mas contaminam o solo e a água, além de trazer risco à saúde humana.
Conforme o pesquisador, os microplásticos podem ser fabricados intencionalmente para ter menos de cinco milímetros, ou serem criados pela fragmentação de pedaços maiores, como no caso da lavagem de roupas e no uso de pneus.
Ele destacou que o plástico já está presente na alimentação humana, com as pessoas consumindo cerca de 5g por semana. O consumo é por meio da alimentação e da água, que mesmo tratada não está 100% livre dos resíduos plásticos.
No meio ambiente, o pesquisador garantiu que os microplásticos já são responsáveis pela morte de pinguins e de aves. As partículas também acabam se transformando em vetores biológicos e químicos de contaminação, já encontrados no cérebro, útero e sangue humanos.
Dando seu ok, você está de acordo com a nossa Política de Privacidade e com o uso dos cookies que nos permitem melhorar nossos serviços e recomendar conteúdos do seu interesse.