CARTA DE REPÚDIO

GMs de Itajaí lamentam silêncio da prefeitura e tentativa de abafar o caso

Carta repudia ataque do chefe de gabinete à Guarda Municipal e critica omissão de superiores

GMs alegam que, apesar da denúncia da confusão na partida do futsal, nenhuma medida foi adotada (Felipe Vieira)
GMs alegam que, apesar da denúncia da confusão na partida do futsal, nenhuma medida foi adotada (Felipe Vieira)

Os guardas municipais de Itajaí enviaram ao DIARINHO uma carta de repúdio sobre as acusações de agressão do chefe de gabinete do prefeito Robison Coelho (PL) a um guarda municipal de Itajaí, com o agravante de que o secretário municipal de Segurança, Ettore Stenghele, teria abafado o caso e evitado a prisão de Deco Sandri pelas supostas agressões e xingamentos aos guardas.

Além do DIARINHO, a carta foi enviada ao prefeito Robison Coelho, ao vice-prefeito Rubens Angioletti (PL) e ao secretário de Segurança. “A atuação da nossa Guarda Municipal foi comprometida pela agressão física e verbal direcionada ao GM, pelo Sr. André Gustavo Sandri e Silva, Chefe de Gabinete do Prefeito, que, embriagado e alterado, atacou nossos agentes com chutes e proferiu palavras de baixo calão. Em nenhum momento o comportamento do Sr. André foi condizente com a dignidade do cargo que ocupa. Sua postura agressiva não só desrespeitou a integridade física de um agente público, como também inflamou a turba que estava prestes a atacar o árbitro da partida, colocando em risco a segurança de todos os presentes”, diz trecho da carta.

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Os GMs ainda lamentam que, diante da gravidade do fato, nenhuma medida tenha sido adotada. “A falta de ação e de posicionamento de nossos superiores hierárquicos, incluindo o prefeito municipal e seus auxiliares, é inaceitável. Somos guardas municipais de carreira e, diariamente, colocamos nossas vidas em risco para proteger a população de Itajaí. Entretanto, somos tratados com desrespeito e desconsideração por parte de quem ocupa cargos comissionados e temporários, que deveriam, ao contrário, ser os primeiros a dar exemplo de moralidade e ética”, escreveram.

A carta ainda defende que a missão dos GMs é fazer cumprir a lei, mesmo quando isso não agrada figuras influentes ou poderosas. “No entanto, ao sermos impedidos de realizar uma prisão legítima e ao vermos a segurança da guarnição comprometida por interesses políticos, ficamos extremamente preocupados com o futuro da nossa corporação e a valorização da nossa função”, justificaram.

O texto ainda afirma que o respeito à legislação, à hierarquia e à missão da Guarda Municipal deve prevalecer acima de qualquer consideração política ou pessoal. “Lamentavelmente, entendemos que muitos dos nossos companheiros de farda não puderam se posicionar devido aos cargos ocupados e aos benefícios que esses cargos proporcionam às suas famílias. Contudo, devemos reforçar que a nossa honra não está à venda”, completaram.

Os GMs também afirmaram: “Repudiamos com veemência qualquer tentativa de proteger agressores ou obstruir o cumprimento da lei em nome de interesses políticos. Não aceitaremos mais que o desrespeito à nossa corporação se perpetue sem que as devidas providências sejam tomadas. Nossa missão é a de proteger a população e manter a ordem, mas acima de tudo, precisamos ser respeitados e valorizados como profissionais de segurança pública”.

A carta de repúdio finaliza pedindo que o episódio sirva de reflexão para todos os envolvidos e para os que ocupam cargos de confiança, a fim de que nunca mais se repitam erros tão graves que prejudiquem a integridade física e moral dos guardas municipais de Itajaí.

O caso

Deco Sandri, chefe de gabinete do prefeito Robison Coelho (PL), foi acusado pelos GMs de ter xingado e dado chutes em um guarda municipal após o apito final da partida que terminou com a derrota do Marcílio Dias Futsal por 2 a 1 para o Rio do Sul, sábado à noite, no ginásio Gabriel João Collares, em Itajaí. A acusação dos GMs é que o chefe de gabinete chutou e xingou os guardas que estavam em serviço no ginásio e que o secretário de Segurança impediu a prisão do cargo comissionado.

Ao DIARINHO, nesta quarta, Deco reconheceu que “passou dos limites” como torcedor, nega que tenha agredido um GM e informou que foi advertido pelo prefeito depois da confusão, pedindo desculpas por sua postura. Já o secretário de Segurança nega que tenha impedido a prisão de Deco e alega que o caso está sendo tratado internamente e administrativamente.






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