Porto poderá ter operações simultâneas de cruzeiros e de navios de carga geral
Medida foi anunciada pela autoridade portuária que pretende dar um gás nas movimentações
João Batista [editores@diarinho.com.br]
Ideia é desafogar o pátio, atrair novas cargas e garantir trabalho aos portuários (Foto: João Batista)
A Autoridade Portuária de Santos (APS) anunciou nesta quinta-feira medida operacional que pretende alavancar o recebimento de navios de carga geral no Porto de Itajaí, beneficiando diretamente os trabalhadores portuários avulsos. A mudança prevê operações simultâneas de cargas gerais e de navios de cruzeiro no cais público.
O diretor de Operações da APS, Beto Mendes, explica que quando tem navios turísticos atracados o terminal deixa de movimentar carga geral, prejudicando os trabalhadores portuários. A medida tá valendo desde quarta-feira e foi adotada após acordo com os operadores portuários e apoio da Intersindical dos Trabalhadores Portuários Avulsos.
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De momento, a mudança permite a movimentação de cargas que já estão no cais, abrindo espaço pra que o porto possa receber novos navios de carga geral. De acordo com o presidente da Intersindical, Ernando João Alves Júnior, o Correio, a medida garante trabalho nos dias de cruzeiros atracados e evita que navios de carga geral fiquem esperando na costa ou desviem a rota pra outros portos.
Neste ano, nenhum navio de carga geral deixou de ser recebido devido à presença dos cruzeiros, mas em dois casos os cargueiros atracaram no terminal da JBS. Itajaí vai receber nesta temporada 40 escalas de cruzeiros. O uso do cais público é previsto até a construção do novo terminal turístico.
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Acordo da dívida da dragagem é analisado pela APS, que pode assumir pagamentos (Foto: João Batista)
Beto Mendes comentou que a ampliação da área primária será fundamental pra Itajaí receber mais navios de carga. Ele avalia que só com as operações simultâneas o porto vai liberar espaço e terá mais eficiência pra receber novas cargas. Um segundo passo após “destravar” o porto será a atração de novas linhas. As tratativas estão sendo tocadas pela diretoria de Negócios da APS. “Os funcionários não ficarão sem trabalho nos períodos específicos quando está operando navios de cruzeiro aqui. E por outro lado, começando a fluir melhor, a gente começa a trazer novas cargas e novos navios”, destaca Beto.
Draga gigante volta a operar em Itajaí
A draga Ultrech voltou a trabalhar no rio Itajaí-açu na quarta. A embarcação fará o trabalho de manutenção, garantindo o calado entre 13,5 e 14 metros. A draga fica por tempo determinado, até que a manutenção seja concluída.
Draga gigante voltou a operar em Itajaí pra manutenção do calado (Foto: Arquivo/João Batista)
Porto de Santos pode assumir dívida da dragagem
O acordo relativo à dívida da dragagem do Porto de Itajaí, herdado pela APS, está sendo analisado pelos diretores do Porto de Santos junto com as empresas Van Oord, responsável pela dragagem, e a Portonave. Conforme o diretor de Operações da APS, Beto Mendes, como o Porto de Santos é superavitário e tem dinheiro em caixa, a empresa federal poderia saldar a dívida.
A questão é tratada administrativamente, dependendo de ajustes legais. “Porque em vez de a Portonave pagar a empresa [de dragagem] pelo Porto de Itajaí, o Porto de Santos vai pagar a dívida toda e vai receber o que a Portonave tem que pagar pro Porto de Itajaí”, explica. Beto destaca que a proposta seria mais vantajosa para a APS, que não dependeria de fazer a compensação tarifária prevista no acordo.
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Conforme o diretor, foi calculado que no modelo do acordo firmado há prejuízo pra Itajaí, considerando que a Portonave paga a dragagem e a APS faz o ressarcimento por meio da tarifa portuária. No ajuste, a APS assumiria os pagamentos diretamente pra Van Oord, que também opera no porto de Santos.
“A empresa de dragagem já presta serviço de dragagem pra nós em Santos. Então, é mais fácil porque ela sabe que a gente tem dinheiro e paga. É só questão de que tinham combinado contratualmente de uma forma e a gente mudou a forma porque é mais econômico pro Porto”, ressalta Beto.
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