O guarda municipal C.E.A. foi nomeado diretor operacional da Guarda Municipal de Itajaí pelo prefeito Robison Coelho (PL). Com menos de dois anos como GM, C. já enfrentou uma denúncia na corregedoria, afastamento por atestado médico e não teve o porte de arma renovado. A prefeitura entende que esses fatores não o impedem de assumir cargo de direção na Secretaria Municipal de Segurança Pública de Itajaí.
A nomeação gerou polêmica após denúncia anônima ser enviada à Procuradoria, à Controladoria, à Ouvidoria e à câmara de vereadores. O documento questiona a capacidade técnica de C. para ...
A nomeação gerou polêmica após denúncia anônima ser enviada à Procuradoria, à Controladoria, à Ouvidoria e à câmara de vereadores. O documento questiona a capacidade técnica de C. para assumir o cargo, mencionando reprovação em testes psicológicos para porte de arma, conflitos internos e falta de experiência em gestão. Ele também teria sido alvo de investigação por uso de spray de pimenta contra uma criança no bairro Matadouro. A denúncia ainda aponta que ele estaria em estágio probatório e que sua nomeação se deve à “influência política”.
Segundo a Secretaria de Segurança de Itajaí, C. atua exclusivamente em funções administrativas e não oferece risco à comunidade ou aos colegas. Nomeado em novembro de 2022, ele cursou a formação inicial de guardas municipais pela academia da Polícia Rodoviária Federal, de condutores de veículos de emergência e de controle de distúrbio civil, além de estar cursando o ensino superior.
“Durante os anos de serviço, C. apresentou 27 atestados médicos, dos quais mais de 20 foram relacionados a problemas de saúde, como vômitos, diarreias, gastroenterite e enxaquecas, todos comprovados por laudos médicos. Ele também foi aprovado sem detecção de substâncias em teste toxicológico em fevereiro de 2024, e recebeu uma menção de elogio em maio do mesmo ano por salvar a vida de um cidadão em atendimento pré-hospitalar”, informou a prefeitura.
A investigação na corregedoria foi arquivada sem confirmação das denúncias, mas resultou na suspensão temporária do porte de arma. A concessão de porte, realizada pela Polícia Federal, exige aprovação em exames específicos. Após as investigações, foi ordenada a retomada do porte, mas uma consulta com uma psicóloga interna, devido a quadros de ansiedade, manteve a suspensão do porte de arma.
C. realizou um exame de contraprova em clínica particular, que teria atestado sua capacidade para uso de arma de fogo. O laudo, emitido em setembro de 2024, está sob análise.
A secretaria de Segurança reforçou seu apoio a C., destacando sua capacidade para atuar no setor administrativo. “O fato de C. apresentar alguma patologia não deve ser motivo para o abandono pelo poder público”, concluiu a nota oficial.