Clientes acusam loja de não entregar móveis planejados
Esperando há meses por móveis, consumidores se mobilizam e pedem justiça
Franciele Marcon [fran@diarinho.com.br]
Dono da loja fala que denúncias são “complô arquitetado por pastor”
(foto: ilustrativa envato)
Já o dono da loja atribui denúncias a “complô arquitetado por pastor” (Divulgação/Redes sociais)
Clientes da loja Intimittá Studio, no bairro São João, em Itajaí, relatam uma longa espera pela entrega de móveis planejados comprados e já pagos. Pelo menos seis compradores já formalizaram reclamações e registraram boletins de ocorrência contra o comerciante, Arnaldo Dias da Silva Júnior, além de denúncias ao Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU-SC) e ao Procon de Itajaí.
Um dos casos é o de Rafael Corrêa, de 27 anos, que pagou R$ 24 mil em móveis sob medida para a cozinha e a sala de seu apartamento, comprado pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Apesar ...
Um dos casos é o de Rafael Corrêa, de 27 anos, que pagou R$ 24 mil em móveis sob medida para a cozinha e a sala de seu apartamento, comprado pelo programa Minha Casa, Minha Vida. Apesar de o contrato estipular a entrega em 30 dias, Rafael aguarda há quase oito meses. “Ligo para o senhor Arnaldo Júnior, mas ele não atende, não devolve o dinheiro e não dá satisfação sobre a entrega dos móveis”, relatou. Ao buscar informações no Procon, descobriu que outros consumidores relataram problemas semelhantes e que a suposta fábrica responsável pelos móveis não tinha recebido nenhum pedido.
Outro caso é o de J.B.V., de 21 anos, que desembolsou R$ 18 mil em março deste ano e também não recebeu os móveis. Após registrar queixa na Polícia Civil e no Procon, J. descobriu que Arnaldo não tem registro como arquiteto e que já havia sido denunciado em situações similares. “Fui vítima de um golpe. Ele abandonou o projeto e pediu que eu aguardasse a resolução do caso”, afirmou a jovem.
Procon analisa denúncias
O Procon de Itajaí já registrou cinco queixas contra a Intimittá Studio em 2024. Segundo o procurador Salésio Pedrini, uma denúncia foi retirada, uma está em análise e três estão em fase de pré-audiência.
“Entregaremos um auto de infração à empresa nesta semana. Por enquanto, tratamos as queixas como descumprimento de oferta, não como golpe”, explicou Pedrini.
Já o Conselho de Arquitetura e Urbanismo informou que Arnaldo não é consta no roll de arquitetos de Santa Catarina e não pode exercer a profissão.
Advogado de comerciante rebate
Por meio de seu advogado, Arnaldo Dias da Silva Júnior negou as acusações, alegando tratar-se de uma campanha difamatória liderada por um pastor da igreja que frequenta. A defesa afirmou que os problemas começaram com um montador terceirizado insatisfeito, que teria recebido apenas parte do pagamento por serviços considerados insatisfatórios.
A nota divulgada pelo escritório de advocacia também aponta que alguns clientes recusaram a montagem dos móveis e exigiram reembolso imediato, mesmo após a fabricação dos itens. “A maior parte do valor foi repassada à fábrica no momento da compra. Tentamos conciliar, mas alguns clientes, influenciados pelo pastor, rejeitaram qualquer acordo”, afirmou.
Arnaldo anunciou que tomará medidas judiciais contra os consumidores que o acusam de golpe, contra o pastor e contra quem tem propagado informações que ele considera caluniosas nas redes sociais. “Estamos à disposição para resolver as pendências e comprovar que não houve fraude”, concluiu a defesa.
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