SC chega a 340 mortes e passa a marca de 350 mil casos de dengue
Em 11 meses, estado registrou 350.953 casos prováveis e 340 mortes causadas pela doença
João Batista [editores@diarinho.com.br]
Especialista alerta para os cuidados com a doença para o verão
(foto: Arquivo-Secom SC)
Em 11 meses, estado registrou 350.953 casos prováveis e 340 mortes (Foto: Arquivo-Secom SC)
Fábila Fernanda dos Passos da Rosa explica como identificar as reações e sintomas (Foto: Divulgação/Governo de SP)
Santa Catarina passou a marca de 350 mil casos de dengue e chegou a 340 mortes pela doença, conforme dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) até 18 de novembro. O estado tem quase 60% das cidades – 175 municípios – infestados pelo mosquito.
Na comparação com o mesmo período de 2023, houve uma alta 151% nos casos prováveis de dengue no estado, com registros em 283 cidades. Desde novembro, o estado faz ações integradas com ...
Na comparação com o mesmo período de 2023, houve uma alta 151% nos casos prováveis de dengue no estado, com registros em 283 cidades. Desde novembro, o estado faz ações integradas com as prefeituras contra os criadouros do mosquito. Na região, servidores de Itajaí, Balneário Camboriú e Camboriú participaram de oficina do Ministério da Saúde para o uso de novas tecnologias no enfrentamento da doença.
As ações da comunidade na prevenção, porém, ainda são um grande aliado e podem contribuir pra redução de casos na próxima temporada.
Olho no mosquito
A coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, Fábila Fernanda dos Passos da Rosa, explica que a umidade alta e os dias chuvosos, somados à proximidade do verão e aos dias mais quentes, tornam-se um cenário ideal para a proliferação do mosquito.
Por isso, a atenção com a saúde e a limpeza de locais devem ser redobradas. A especialista destaca, ainda, que a dengue pode causar sintomas como febre alta, dores musculares, dores de cabeça, manchas ou bolhas na pele e fadiga.
“É essencial educar as pessoas sobre o tema, de forma que se sintam incentivadas a procurar assistência médica imediata a partir do momento em que apresentarem os sintomas, adotando medidas preventivas, garantindo o diagnóstico e tratamento da doença adequado, inclusive a vacinação”, afirma.
Manchas vermelhas diferenciam dengue da covid
A coordenadora do curso de Enfermagem da Faculdade Anhanguera, Fábila Fernanda dos Passos da Rosa, destaca a importância de observar os sinais respiratórios e gripais. “A dor de garganta, congestão nasal, tosse seca, coriza etc., são comuns na covid-19, mas isso não é frequente nas arboviroses [como a dengue]”, exemplifica. Segundo a especialista, entre os sintomas diferenciadores está a presença de manchas vermelhas na pele, que pode ser um sinal de dengue.
“Além disso, outra característica dessa doença é dor intensa nas articulações. Entretanto, a confirmação do diagnóstico de dengue geralmente só é feita através de exames de sangue, como o teste de PCR para detectar o RNA viral ou testes sorológicos para detectar anticorpos específicos”, explica.
O diagnóstico é essencial para descartar outras doenças que apresentam sintomas semelhantes, como malária, febre chikungunya e febre amarela. Antes mesmo do exame, Fábila destaca que, ao apresentar sintomas, a pessoa deve procurar um pronto-atendimento o mais rápido possível pra que ela possa receber o tratamento adequado.
Ações pra evitar a proliferação do mosquito e a transmissão da doença seguem valendo e são reforçadas pela especialista. Entre elas estão eliminar materiais com água parada, instalar redes e telas contra o mosquito, manter a piscina limpa, usar repelentes e manter quintal e jardins livres de entulhos. Participar das campanhas públicas de prevenção também ajuda a combater a dengue em cada bairro.
Principais sintomas de dengue:
Febre alta
Dor de cabeça intensa
Dor atrás dos olhos
Dores musculares e nas articulações
Manchas vermelhas na pele (exantema)
Náuseas e vômitos
Fadiga e cansaço excessivo
Sangramentos (em casos graves)
Mais profissionais pro verão
Profissionais de saúde de Itajaí, Balneário Camboriú, Camboriú, Florianópolis, São José, Blumenau, Brusque, Joinville e Chapecó participaram, no final de novembro, de uma oficina de capacitação do Ministério da Saúde para adoção de tecnologias inovadoras no enfrentamento à dengue e reorganização dos serviços de saúde pra temporada.
As novidades serão implantadas em Itajaí, que registra mais de 35 mil casos confirmados de dengue e 39 mortes neste ano.
Os municípios foram considerados prioritários devido aos casos da doença, mortes e gravidade das infecções. O evento teve como objetivo principal a elaboração de um plano de ação para a redução dos casos da doença no verão de 2024-2025. As novidades incluem a separação de áreas de risco, que permitirá o mapeamento das regiões mais vulneráveis e a atuação mais focadas das equipes nestes locais.
Outra medida será a instalação de ovitrampas (armadilhas pra coletar ovos de mosquitos), visando monitorar a presença dos transmissores de doenças e prevenir sua proliferação. Será adotada ainda a técnica de Borrifação Residual Intradomiciliar (BRI Aedes), que é a aplicação de inseticida potente em locais estratégicos com grande circulação de pessoas, como postos de saúde, rodoviárias e escolas.
“Essas iniciativas reforçam o compromisso do município em adotar estratégias inovadoras e efetivas no combate à dengue, visando à proteção da saúde da população e à redução dos impactos causados pela doença”, afirma Lucio Vieira, coordenador do Programa de Controle da Dengue.
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