empresária Elaine Cristina de Souza, mãe do universitário Hugo Gabriel de Souza Braga, que morreu aos 19 anos em acidente na rodovia Antônio Heil, em Itajaí, organiza uma manifestação para o dia 7 de agosto. O movimento será às 16h, no trecho do acidente, na esquina com a rua Alexandre Moser, em frente ao Sest/Senat, no bairro Itaipava.
O protesto vai pedir melhorias na segurança e justiça pela vida de Hugo e outras vítimas de acidentes e imprudências de motoristas. Moradores, entidades, empresas e lideranças da comunidade se mobilizam para fazer uma grande manifestação.
“A gente vai fazer essa manifestação pra que se conclua essas obras, pra que se coloque lombada eletrônica, radar, câmeras de monitoramento... Não é uma causa exclusiva minha. É uma causa nossa, da comunidade, é uma causa das empresas que tem os funcionários que utilizam a rodovia, é uma causa de todos que usam essa rodovia”, destacou Elaine.
A empresária relatou outros problemas na rodovia nos últimos dias, como a falta de iluminação que coloca em risco a segurança de ciclistas e pedestres e alagamentos na ciclofaixa, obrigando os ciclistas a andar pela faixa dos carros. “Quanto mais pessoas [participarem] melhor, mais o governo vai entender que eles precisam nos dar segurança. Nós precisamos de segurança nessa rodovia”, apela.
A mobilização acontece dois meses depois do acidente que tirou a vida de Hugo Gabriel, no dia 3 de junho. Ele era passageiro de um Ford Ka, carro de transporte por aplicativo que teve a frente cortada por um Toyota Corolla, conduzido por uma mulher. A motorista chegou a parar e ver a vítima, mas fugiu antes da chegada da polícia e dos socorristas.
No acidente, o motorista do carro de aplicativo em que estava Hugo Gabriel perdeu a direção. O carro saiu da pista e acertou um poste às margens da rodovia. O rapaz seguia para a Univali, onde cursava Ciências Biológicas, e faleceu no local. Já o motorista teve ferimentos leves.
Filho único
Hugo Gabriel era filho único de Elaine e estudava para ser perito forense. Ela tem uma loja no bairro Itaipava e morava com o filho no bairro Limoeiro. “São dias difíceis, dias horríveis. Eu tenho me sentido como se eu tivesse um buraco dentro de mim. É uma dor que é inexplicável. Não existem nem palavras que definam tudo que aconteceu e que definam a dor que um ser humano consegue sentir quando perde um filho”, desabafou pelas redes sociais antes de fazer a convocação para a manifestação.
Decisão obriga estado a fazer melhorias
O governo do estado já foi condenado pela justiça a fazer melhorias de segurança na rodovia Antônio Heil, em ação civil do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). A determinação saiu em junho, prevendo a construção de novas passarelas, adequações na sinalização e instalação de controladores de velocidade no prazo até dois anos.
As medidas são cobradas desde 2019 pelo MPSC, ainda durante as obras de duplicação da rodovia, inaugurada em 2020 com diversas pendências, incluindo travessias de pedestres, redutores de velocidade e as alças de acesso com a BR 101.
Lombadas, a passarela em frente ao Sest/Senat e a travessia elevada em frente à Multilog só saíram do papel após protestos da comunidade. Na ação civil, o MPSC apontou “falhas graves” de segurança e sinalização que colocam em risco a vida dos usuários.
A decisão judicial prevê a instalação de ao menos três controladores fixos de velocidade. A medida quer prevenir acidentes e combater casos de imprudências e infrações. Já houve veículos flagrados a mais de 200 km/h na rodovia, que tem limite de 80 km/h.