santa catarina
Policiais fazem vaquinha pra pagar defesa de ex-diretor da PRF preso
Campanha foi lançada por colegas um dia após prisão de Silvinei Vasques
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Amigos e colegas do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, preso pela Polícia Federal na semana passada, em Florianópolis, por suposta interferência no segundo turno das eleições de 2022, adotaram a mesma estratégia usada pra apoiar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles lançaram uma “vaquinha” em grupos de WhatsApp, pedindo doações via pix pra pagar a defesa de Silvinei.
A campanha circula desde quinta-feira e foi lançada por policiais que são ex-colegas e ex-subordinados do ex-diretor da PRF.
A mensagem nos grupos tem uma montagem com diversas imagens de Silvinei. Um texto diz: “Desde 1995 na PRF, reputação e carreira ilibada, hoje precisa de ajuda nas despesas com a defesa. O que sobrar? Doado para uma instituição carente”.
A imagem traz o número de CPF de Silvinei, informado como chave pix. A iniciativa segue o mesmo esquema de doações feitas para o ex-presidente Jair Bolsonaro pagar multas, em campanha que arrecadou R$ 17,2 milhões entre janeiro e julho, segundo dados do Coaf. No caso de Silvinei, os recursos seriam pra ajudar a pagar os advogados de defesa. Um escritório em Brasília (DF), onde ele está preso, estaria sendo contratado.
Preso pela PF
Silvinei foi preso na quarta-feira durante operação da PF que investiga interferências nas eleições de 2020. O ex-diretor da PRF, que comandava a corporação na época, é suspeito de ter prejudicado o deslocamento de eleitores de Lula (PT) pra votação no segundo turno, como medida pra beneficiar Bolsonaro. A investigação aponta que a maior parte das barreiras de fiscalizações foram em rodovias do nordeste, onde o então candidato petista concentrava votos.
O advogado do ex-diretor, Eduardo Pedro Nostrami Simão, disse que pediria a transferência do cliente para Santa Catarina. Silvinei está detido na superintendência da PF em Brasília. Ele prestou depoimento na quinta-feira, quando passou mal, com pressão alta, e teve que ser atendido pelos bombeiros antes mesmo de ser interrogado.