Mestre
Miguel Livramento morre aos 81 anos
Figura carismática, marcou história na crônica esportiva catarinense. Clubes, autoridades e entidades lamentaram a perda
Redação DIARINHO [editores@diarinho.com.br]
Ícone da crônica esportiva catarinense, o jornalista Miguel Livramento morreu na noite de quarta-feira, aos 81 anos, após sofrer um ataque cardíaco em casa. Ele vinha tratando uma bronquite. O velório foi nesta quinta-feira, no ginásio do Biguaçu Atlético Clube, na Grande Florianópolis, com sepultamento às 17h, no cemitério Municipal São João Batista.
Miguel teve uma trajetória marcante na televisão e no rádio de Santa Catarina, com comentários polêmicos e irreverentes. Ele seguia ativo na profissão. Na terça-feira passada, participou como comentarista na transmissão do jogo entre Avaí e Mirassol por um canal do Youtube dedicado ao clube catarinense, que era a paixão do jornalista. O Avaí e o Figueirense lamentaram a morte.
A prefeitura de Florianópolis decretou luto de três dias. “Florianópolis perde um de seus filhos mais polêmicos e queridos”, escreveu o prefeito Topázio Neto (PSD). O governador Jorginho Mello (PL) também lamentou a perda. “Não era só sobre futebol, era alegria, provocação, espírito esportivo. Miguelzinho, você fez ‘côsa’, não iremos te esquecer”, postou.
A Federação Catarinense de Futebol (FCF) e a Associação Catarinense de Imprensa (ACI) também manifestaram nota de pesar, destacando a trajetória do profissional.
Manezinho
Natural de Floripa, Miguel tinha 51 anos de carreira. Ele foi cronista, radialista, comentarista, repórter e narrador no rádio e na TV. Durante anos, dividiu bancada com o parceiro Roberto Alves, em dobradinha que marcou época na cobertura esportiva do estado. O jornalista passou por diversas emissoras e ultimamente trabalhava na rádio Guarujá, que postou uma nota de pesar e manifestou agradecimento ao profissional.
O colunista do DIARINHO, Jânio Flávio, disse que a morte de Miguel Livramento deixa uma grande lacuna na crônica esportiva. Ele lembrou a trajetória do jornalista, reconhecendo o colega de profissão como um dos ícones da imprensa esportiva do estado.
“Miguel Livramento trabalhou por muitos anos nas rádios de Florianópolis e foi também um dos grandes comentaristas da TV em Santa Catarina. Sempre fez dupla com Roberto Alves na extinta RCE TV, onde tinha um programa que era líder de audiência, ao lado de Roberto Alves, Milioli Neto e Eládio Cardoso”, destacou.
O programa com o quarteto de comentaristas fez história. Jânio ressalta que Miguel fazia comentários contundentes, sempre defendendo as coisas do Avaí e as coisas certas do futebol num estilo próprio. “Dando seu jeito engraçado, fazendo suas comparações, Miguel Livramento conquistou todos os públicos. Mesmo sendo avaiano, era adorado também pelos torcedores do Figueirense”, completou.
Se isso aí não é pênalti minha vó é uma bicicleta" - Miguel Livramento
Saudades do encrenqueiro Miguelzinho"
A jornalista Jackie Rosa chegou a trabalhar com Miguel no jornal do Meio Dia, na TV Cultura, em Floripa, em 1980. Ela conta que Miguel recebeu o convite de Roberto Alves, que era o chefe de jornalismo na época, para fazer os comentários esportivos da rede. Foi aí que começou a parceria entre Roberto e Miguel e que marcou a crônica do esporte.
“Miguel era alegria da entrada à saída da emissora. Um colega dos bons, gentil, polêmico e apaixonado pelo Avaí. Deixa saudades, não só no meio esportivo, mas entre seus familiares e uma legião de amigos, o 'encrenqueiro' Miguelzinho, dono de muitos bordões e animação”, comentou Jackie ao lembrar dos bordões do colega.