Vivemos em um tempo em que as urgências externas tentam nos convencer de que a felicidade está lá fora, no depois, no “quando tudo se encaixar”. Mas há uma verdade silenciosa que insiste em nos tocar: o infinito não está no futuro — ele acontece no agora. E é no agora que nossas emoções pedem passagem.
Na clínica psicológica, ouço cotidianamente relatos de vidas organizadas em torno de pertences: casas, títulos, metas. Mas o que sustenta a saúde emocional não é o acúmulo, e sim o pertencimento. Pertencer não é ter um lugar fixo — é sentir-se acolhido, reconhecido e visto. Na busca por sentido, o ser humano precisa mais de vínculo do que de vitrine.
No lugar de contratos, nossa subjetividade clama por contatos. A rigidez dos acordos perde potência diante da profundidade de um olhar verdadeiro, de um toque que escuta, de uma presença ...
Na clínica psicológica, ouço cotidianamente relatos de vidas organizadas em torno de pertences: casas, títulos, metas. Mas o que sustenta a saúde emocional não é o acúmulo, e sim o pertencimento. Pertencer não é ter um lugar fixo — é sentir-se acolhido, reconhecido e visto. Na busca por sentido, o ser humano precisa mais de vínculo do que de vitrine.
No lugar de contratos, nossa subjetividade clama por contatos. A rigidez dos acordos perde potência diante da profundidade de um olhar verdadeiro, de um toque que escuta, de uma presença que acolhe sem julgar. É o contato humano, e não o controle, que cura feridas emocionais.
As coleiras invisíveis que nos mantêm presos a papéis, expectativas e padrões nos impedem de respirar com autenticidade. Troquemos essas amarras por compreensão: o exercício terapêutico é, antes de tudo, um convite a entender-se com ternura, e não com censura.
Há normas que protegem, sim. Mas muitas aprisionam. A alma, no entanto, é nômade. Ela deseja caminhar, mudar, experimentar. Crescer é permitir-se deslocar, mesmo que doa. É reconhecer que o desconforto da transição é, muitas vezes, o solo fértil do renascimento emocional.
As mordaças, sejam elas sociais ou internas, nos silenciam. Mas a saúde psíquica se faz em movimento: movimento de fala, de corpo, de emoção. Terapia é espaço de escuta e expressão — onde o que estava calado encontra voz e direção.
As cercas que delimitam “o possível” muitas vezes são construções alheias, que internalizamos sem perceber. Mas o que parece impossível pode ser apenas o que ainda não foi tentado com intensidade. A transformação psíquica nasce da entrega verdadeira, do mergulho sem garantias, da coragem de sentir profundamente.
Na prática clínica, vejo como o simples gesto de alguém se permitir ser visto com empatia já inicia um processo de cura. Não se trata de corrigir quem você é, mas de construir um espaço onde você possa existir com verdade, com afeto e com liberdade.
Se algo em você está pedindo escuta, movimento ou sentido, talvez esse seja o seu agora. O infinito começa quando você decide cuidar de si. Procure por profissionais da saúde mental capacitados com presença e escuta, para caminhar ao seu lado nesse processo.