
De Olho no Fisco
Por Laura Amado - lauraamadoadv@gmail.com
Advogada Tributarista. @lauraamadoadv nas redes sociais.
A desigualdade tributária no Brasil: quem realmente paga a conta?

Ah, os impostos no Brasil... Aquela velha história de que só temos duas certezas na vida: a morte e os tributos. Mas será que todo mundo está pagando a conta de forma justa?
Vamos dar uma olhada em como essa carga pesa de forma bem diferente entre as classes sociais e o que isso significa para a desigualdade econômica.
Distribuição da carga tributária
No país do samba, do futebol e do jeitinho brasileiro, temos um sistema tributário que parece gostar de samba, mas só dança em cima dos mais pobres.
A maior parte dos impostos vem dos tributos indiretos, tipo ICMS e PIS/Cofins, que incidem sobre o consumo. Ou seja, comprou, pagou. E quem sente mais no bolso? Quem ganha menos.
Quem paga a maior conta?
Pessoas de baixa renda: o pessoal que já conta as moedinhas para fechar o mês acaba pagando uma fatia maior da renda em impostos, já que proporcionalmente é quem tem a maior parcela afetada.
Classe média: ah, a classe média... sempre no meio do fogo cruzado. Pagam impostos de consumo, rendas, contribuições e ainda têm que ouvir que são privilegiados.
Os endinheirados: os mais ricos? Esses sim sabem brincar de esconde-esconde com os impostos. Com planejamento tributário e uns investimentos aqui e ali, conseguem dar aquele jeitinho para pagar proporcionalmente menos.
A desigualdade tributária no Brasil é um espetáculo à parte. Ao invés de ajudar a equilibrar, nosso sistema parece uma banda desafinada que só toca para um lado do salão. Resultado? Quem já está embaixo continua lá, e quem está em cima, bem... continua assistindo tudo do camarote.
O que precisamos? Menos imposto no arroz e no feijão, aliviando um pouco nos itens básicos. Mais peso para renda e patrimônio, aumentando a carga para aqueles com bolsos mais fundos.
Falar de imposto é quase como falar do tempo: todo mundo tem uma opinião e, no fim das contas, ninguém está feliz. Mas enquanto o sistema continuar botando o peso maior no lado mais fraco da corda, a desigualdade só vai crescer.
Uma reforma que realmente faça a diferença não é só uma questão de números, mas de justiça. E cá entre nós, já passou da hora de todo mundo pagar a conta de maneira justa nesse país.