Colunas


Ideal Mente

Ideal Mente

CRP SC 19625 | Contato: (47) 99190.6989 | Instagram: @vanessatonnet

O impacto da cultura e do contexto social na saúde mental no Brasil de 2025


O impacto da cultura e do contexto social na saúde mental no Brasil de 2025
(FOTO: ILUSTRATIVA ENVATO)

Falar sobre saúde mental no Brasil de hoje é, antes de tudo, reconhecer que nenhum sofrimento psíquico acontece isoladamente. Em 2025, seguimos enfrentando os desdobramentos de crises políticas, econômicas, sociais e ambientais que afetam diretamente o modo como as pessoas vivem, trabalham e se relacionam. E esses impactos reverberam na forma como adoecemos — e também na forma como buscamos cuidado.

A cultura em que estamos inseridos influencia nossas crenças sobre o que é ser “forte”, o que é “fracassar”, quando devemos pedir ajuda e até como nomeamos nossas dores emocionais. Muitas vezes, somos ensinados desde cedo a suprimir sentimentos, a seguir em frente sem refletir sobre o que estamos vivendo, como se isso fosse sinônimo de resiliência. No entanto, esse modelo tem cobrado um preço alto: ansiedade, pânico, depressão e burnout tornaram-se parte da realidade cotidiana de muitas pessoas, atravessando todas as faixas etárias e classes sociais.

Além da cultura, o contexto social tem um papel determinante. O aumento do custo de vida, o desemprego, a precarização do trabalho, a insegurança nas cidades e o acesso limitado a serviços públicos de qualidade — inclusive em saúde mental — criam um cenário desafiador. Quando se vive sob constante pressão ou incerteza, o sofrimento psíquico deixa de ser uma exceção e se torna parte da rotina.

Na clínica, é comum receber pessoas que chegam sentindo-se “fracas” ou “incapazes”, quando, na verdade, estão apenas reagindo a contextos adversos de forma humana em grande proporção. ...

Já tem cadastro? Clique aqui

Quer ler notícias de graça no DIARINHO?
Faça seu cadastro e tenha
10 acessos mensais

Ou assine o DIARINHO agora
e tenha acesso ilimitado!

A cultura em que estamos inseridos influencia nossas crenças sobre o que é ser “forte”, o que é “fracassar”, quando devemos pedir ajuda e até como nomeamos nossas dores emocionais. Muitas vezes, somos ensinados desde cedo a suprimir sentimentos, a seguir em frente sem refletir sobre o que estamos vivendo, como se isso fosse sinônimo de resiliência. No entanto, esse modelo tem cobrado um preço alto: ansiedade, pânico, depressão e burnout tornaram-se parte da realidade cotidiana de muitas pessoas, atravessando todas as faixas etárias e classes sociais.

Além da cultura, o contexto social tem um papel determinante. O aumento do custo de vida, o desemprego, a precarização do trabalho, a insegurança nas cidades e o acesso limitado a serviços públicos de qualidade — inclusive em saúde mental — criam um cenário desafiador. Quando se vive sob constante pressão ou incerteza, o sofrimento psíquico deixa de ser uma exceção e se torna parte da rotina.

Na clínica, é comum receber pessoas que chegam sentindo-se “fracas” ou “incapazes”, quando, na verdade, estão apenas reagindo a contextos adversos de forma humana em grande proporção. É fundamental compreender que sintomas como cansaço extremo, insônia ou irritabilidade não são apenas questões individuais, mas também respostas legítimas a um ambiente estressante, desigual e, muitas vezes, excludente.

É nesse cenário que a psicologia precisa se posicionar de forma ética e comprometida, reconhecendo a complexidade do sujeito e suas vivências. Trabalhar com saúde mental em 2025 exige um olhar ampliado: escutar o sofrimento não apenas como algo que vem de dentro, mas como algo que também é produzido do lado de fora — nas relações sociais, nas estruturas de poder, nos discursos culturais que atravessam cada indivíduo. O acolhimento clínico precisa ser, portanto, crítico e engajado, com muito embasamento e sensível às realidades diversas que compõem o Brasil atual.

Cuidar da saúde mental é, também, cuidar das condições de vida. É fortalecer vínculos, construir espaços de escuta, combater o preconceito e defender o acesso a direitos básicos. Em um país tão diverso e desigual como o nosso, saúde mental não pode ser privilégio — precisa ser compromisso coletivo.

Como está sua saúde mental?


Conteúdo Patrocinado


Comentários:

Deixe um comentário:

Somente usuários cadastrados podem postar comentários.

Para fazer seu cadastro, clique aqui.

Se você já é cadastrado, faça login para comentar.

ENQUETE

A Câmara de Itajaí deve ter mais vereadores?



Hoje nas bancas

Confira a capa de hoje
Folheie o jornal aqui ❯


Especiais

STF rejeita marco temporal, mas lei segue com riscos a direitos indígenas

Vitória parcial

STF rejeita marco temporal, mas lei segue com riscos a direitos indígenas

Júlio Lancellotti é calado nas redes enquanto padres conservadores discursam para milhões

IGREJA CATÓLICA

Júlio Lancellotti é calado nas redes enquanto padres conservadores discursam para milhões

Governo consegue aprovar Plano Clima após diluir responsabilidade do agro

PLANO CLIMA

Governo consegue aprovar Plano Clima após diluir responsabilidade do agro

Três meses após sanção da Lei Felca pais não sabem proteger filhos na web

Controle parental

Três meses após sanção da Lei Felca pais não sabem proteger filhos na web

Empresas de festas visam adolescentes e marketing predatório aposta até em porta de escola

NA PORTA DA ESCOLA

Empresas de festas visam adolescentes e marketing predatório aposta até em porta de escola



Colunistas

TCE/SC define prazo sobre emendas parlamentares

Coluna Acontece SC

TCE/SC define prazo sobre emendas parlamentares

Cheiro insuportável em Cordeiros

Charge do Dia

Cheiro insuportável em Cordeiros

Natureza abundante

Clique diário

Natureza abundante

Coluna Esplanada

Tristeza.jus

Coluna Exitus na Política

Mesmo que não seja muito, nós queremos mais




Blogs

Câmara em destaque

Blog do Magru

Câmara em destaque

Galego papai sabe-tudo pode ser estadual

Blog do JC

Galego papai sabe-tudo pode ser estadual

Tem falta de testosterona!?

Blog da Ale Françoise

Tem falta de testosterona!?

A demagogia do “cuidado” e o medo disfarçado de virtude

Espaço Saúde

A demagogia do “cuidado” e o medo disfarçado de virtude

O frescor da noite e o calor da vida: Um haicai sobre o milagre do nascimento

VersoLuz

O frescor da noite e o calor da vida: Um haicai sobre o milagre do nascimento






Jornal Diarinho ©2025 - Todos os direitos reservados.