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Hackers do bem?


Os recentes episódios de invasão (ou hackeada) de sites do governo, no Brasil, ensejaram reações curiosas que vão do espanto à indignação, da investigação policial à torcida velada.

Sou um jurássico relativamente atualizado em matéria de Tecnologia de Informação. Analista de sistemas em fins da década de 60, egresso recente de curso de Engenharia e Gestão do Conhecimento, a leitura do livro “WikiLeaks – A Guerra de Julian Assange contra os Segredos de Estado” foi para mim a demonstração de associação mais curiosa do delito com o bem.

Trata-se do maior vazamento de segredos de estado da história. Em síntese, Assange e sua equipe do WikiLeaks, um soldado do exército da maior potência militar que o mundo conheceu, Bradley Manning (22 anos, 1,52 m, gay assumido), em cooperação com dois jornais (The Guardian e The N. Y Times) e uma revista (Der Spiegel), promoveram a divulgação de milhões (sim, milhões!) de informações secretas do Departamento de Estado e das Forças Armadas dos EUA.

A fonte, o soldado raso, jamais conversou pessoalmente com Assange. Acessou os arquivos de seu posto na Estação Operacional denominada Hammer (e que martelo!), num deserto do Iraque. Está preso, sob segurança máxima, com requintes de “tortura mental”, a 50 quilômetros de Washington. Há quem defenda sua execução por alta traição.

Dentre os segredos vazados, cabe destaque para mais de 300 casos de guerra suja documentados nos chamados “Diários de Guerra do Afeganistão e do Iraque”. Ali estão, filmadas pelos próprios autores dos assassinatos, cenas de execução de civis (inclusive crianças) e de jornalistas. Casos de torpeza prepotente, avaliações diplomáticas constrangedoras e evidências de tortura vieram a lume, alertando os poderosos de que seu juízo de valor não é infalível nem é absoluto.

Consta que o único preso, o soldado, foi levado às atitudes que tomou quando, impossibilitado de inocentar um grupo de iraquianos presos injustamente, sentiu que “tudo começou a desmoronar... Eu via as coisas de modo distinto... Estava envolvido em algo de que discordava completamente”. Daí, traiu seu país. Está condenado! Será o fim da história? Ou haverá uma justa revisão?!

* O autor é deputado federal e ex-governador de Santa Catarina

 


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