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O muro virtual


No último dia 9 foram completados 21 anos da queda do muro do Berlim. Um muro que dividia uma nação entre capitalistas e socialistas. Essa não foi a primeira e nem a última divisão de um país em si mesmo. Assim como Martin Luther King representando uma luta contra o racismo, e Nelson Mandela na luta do Apartheid (entre outros), o preconceito continua sendo infelizmente alimentando nas etnias, gêneros e assim por diante. Se o homem da caverna ganhava pela força, o ser humano contemporâneo utiliza-se de meios inapropriados para se impor. E por falar nisso, é preciso se impor? Será que a autoconfiança se dá na humilhação sobre o outro individuo? Que necessidade mais estranha que a humanidade comporta de querer ter respeito.

Onde quero chegar com tudo isso? Simples. Eleições de 2010. Mais uma vez o Planalto da Alvorada foi decidido entre vermelhos e azuis. Sendo que, o nordeste brasileiro protagonizou a vitória da presidenta Dilma. Pelo menos para um grupo. A onda separatista no Brasil vem crescendo e tomando força com a consolidação de eixos vermelhos e azuis – nesse caso aqui, não necessariamente pelo PSDB e PT. O pior que é alimentada no preconceito. Logo o povo nordestino é visto como vilão nessas eleições por pessoas que se sentem melhores. Melhores no quê? Que vão para a internet difamar sua própria história brasileira. Afinal, a história do Brasil é composta de todos os pontos cardeais.

Territorialmente, o Brasil é enorme. Com o passar dos anos e o aumento da população, poderemos ter outras complicações. Talvez num futuro aconteçam divisões de territórios. Pode ser estranho falar assim. Entretanto, somos uma nação riquíssima em cultura e diversidades. Lembrando também que os momentos de “independência” na história do Brasil não se deram por mobilização da sociedade brasileira. A construção da cidadania ocorreu de forma muito lenta. E a grande força de alguma luta foram as Revoltas. Por outro lado, não quero defender um “nacionalismo”, embora precisamos ter uma identidade brasileira. Uma identidade solidária e que respeite.

O mundo virtual expressou esse muro virtual que construímos no mundo real. Não de socialistas e capitalistas. Mas de liberdade sustentada por cabeças vazias e por pessoas sem limites. Ou seja, vou à internet colocar aquilo que me vem à cabeça. A virtualidade não é nenhum confessionário ou local de desabafos ou até mesmo lugar de fazer o que bem entende. Não é à toa que o bullying pela internet está em alta. Se cada individuo sentir o direito de falar o que não gosta na internet, vamos acabar criando várias bibliotecas do Congresso dos Estados Unidos. Caso venha acontecer essa maluquice, certamente será um saber inútil.

O problema do muro virtual é que essa rivalidade cai na realidade. O enfrentamento gera perdas e destruições. Mancha um país e uma democracia. Corrompe a liberdade e, sobretudo, a paz. Guerra civil não é a melhor forma de conservar uma democracia. Sejam armas de fogo ou de palavras, elas aniquilam a democracia. Por fim, a urna virtual brasileira vai criando força e gerando problemas colaterais por pessoas que pensam demais, enquanto deviam pensar civilizadamente.

José de Souza Júnior

Graduado em Filosofia pela Unifebe/Brusque e mestrando em Ciencias Politica-UFSCar/São Carlos/SP - Contato: js_junior@yahoo.com.br


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