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A crise ensina
O Brasil errou quando optou pelo presidencialismo, principalmente o nosso, autoritário, imperial, próprio para demagogias, personalismos, predestinados salvadores da pátria, etc.
Um Congresso omisso, ausente, imobilizado pelo descrédito, e uma presidente fragilizada pelas suas próprias contradições, mantêm o país intranquilo, perplexo à procura de soluções.
Por favor, não chamem um general ou não tentem a farsa de uma pretensa Reforma Política, cuja ladainha se resume a um indecente financiamento público de campanha, voto distrital (sinônimo de curral eleitoral), lista fechada, cláusula de barreira, que fazem parte do receituário de alguns desavisados e de uma maioria de espertalhões.
As redes sociais demoliram esses artifícios.
Nesse momento de crise, com o povo nas ruas pedindo por mudanças, noutro sistema, com toda certeza, um grito surgiria por eleições gerais, em prazo razoável, garantidora de mudanças verdadeiras, de novos atores, de melhores soluções afinadas com as angústias da gente brasileira.
Sem pretender inventar a roda, o PARLAMENTARISMO é o sistema que melhor atende a essas necessidades. Ele acaba com essa acomodação de quatro ou cinco anos sem responsabilidade, obriga o parlamentar a atender mais o seu representado do que ao eventual detentor do poder.
O povo exige um Congresso vivo, responsável, ágil, sem vassalagens, sem manipulações, sem demagogias, reduto de privilegiados defensores dos seus próprios interesses.
Com toda certeza, com um Congresso assim, teremos presidentes menos arrogantes, menos deslumbrados, menos maquiados pela custosa publicidade oficial.
Pensemos nisso. Saudações democráticas.
* O autor é ex-senador