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Remuneração X Desempenho
Não é mais novidade o grande desafio que os executivos das organizações vem sofrendo neste mercado competitivo e turbulento, que oferece oportunidades mas também apresenta as ameaças. Para enfrentar a competitividiade e a turbulência se faz necessário criar e implantar novos sistemas empresariais que possam, se solidificados, tornar-se modelos adequados e estratégicos nas organizações, estruturando um novo modelo de gestão.
Todos que desenvolvem uma atividade o fazem em função de alguns fatores, entre eles o amor por aquilo que realiza, a competência, o dom e os valores que recebem. Quanto a estes, podemos analisá-los de duas formas: salário e remuneração.
Salário é o valor, normalmente em dinheiro, devido pelo empregador como pagamento pelo serviço do empregado. Constitucionalmente, deve obedecer a isonomia para atividades iguais, cargos iguais, independentemente de sexo, cor e religião. Já a remuneração, estabelecida dentro da Consolidação das Leis do Trabalho, diz que é o salário mais determinados benefícios. Este poderá ser diferente nos valores a serem pagos, até porque, conforme nos fala Sulivan em seu artigo Acabe já com a Igualdade, mostra a necessidade de uma maior valorização a quem traz mais resultados a empresa.
Um maior desempenho e uma maior produção merecem receber mais. Temos hoje muitas organizações que conseguem estabelecer os resultados, em termos de lucro que os profissionais trazem para as empresas. Estas procuram dividir com eles os resultados. Para determinadas atividades dentro das empresas, como a produção, se torna fácil a mensuração da remuneração. Entretanto, mesmo para outras atividades onde a mensuração do resultado é mais difícil, há como determinar parâmetros de produção.
Mensurar a produção de peças é mais fácil que mensurar a queda, por exemplo, de absenteísmo e o resultado que isto traz para a empresa, ou ainda, a diminuição do acidente de trabalho, atividades que devem estar liqadas ao setor de Recursos Humanos e que através de programas de treinamento pode aumentar a lucratividade da empresa. Desta lucratividade, a empresa pode propor um sistema de divisão, cujos valores somados ao salário, comporá a remuneração.
Além de dar um ganho maior ao funcionário, esta divisão de resultado poderá também fazer parte de uma política de retenção de talentos na empresa. Remunerar o desempenho é valorizar os mais produtivos e fazer com que os profissionais que levam a sério suas profissões consigam se destacar dentro de uma equipe.
A hipercompetitividade dos dias atuais exige uma postura mais produtiva e qualitativa dos profissionais. Neste campo, as organizações terão que sair da inércia e buscar novas ferramentas, melhorando de forma considerável a valorização dos seus funcionários. Por outro lado, é necessário que os profissionais busquem uma melhoria contínua e estabeleçam objetivos a serem alcançados. Todo este processo deve ser uma estrada de duas mãos. Se de um lado as organizações devem valorizar o desempenho, de outro os profissionais devem qualificar-se, buscando de forma constante os resultados.
* O autor é professor de Gestão Avançada de pessoas dos MBAs da Tear Escola de Negócios